Corrida Mortal (Death Race, E.U.A, 2008)

Estúdio: Universal Pictures
Direção: Paul W.S. Anderson
Roteiro: J.F. Lawton, Paul W.S. Anderson
Produção: Paul W.S. Anderson, Jeremy Bolt Roger Corman, Tom Cruise, Paula Wagner
Elenco: Jason Statham, Ian McShane, Tyrese Gibson, Joan Allen, Robin Shou, Janaya Stephens, Natalie Martinez

Bom filme, refilmagem (mais ou menos, muita coisa ficou diferente do original) do `clássico` B `Death Race 2000` (1975, Paul Bartel/Roger Corman), este filme vem bem na cola da fórmula que consagrou `Velozes e Furiosos` : garotas bonitas (leia-se gostosas!) + carros envenenados + porradaria + rap + som pesado.
A trama é bem simples, em um futuro próximo, depois de uma série crise econômica (tá parecendo profecia...) os E.U.A chegam ao fundo de poço, tanto economicamente quanto moralmente, e o governo se torna um autêntico `Big Brother` que controla totalmente a vida dos cidadãos e privatiza o sistema carcerário (isso já é uma realidade em alguns estados dos E.U.A) , em meio a esse caos nós conhecemos o ex-piloto de corridas Jensen Ames, um sujeito com um pé na marginalidade mas que é um pai de família exemplar, bom amigo, trabalhador, blá, blá, blá.
Tudo muda quando ele é injustamente acusado do assassinato de sua esposa e é enviado para a mais vigiada prisão dos E.U.A, lá ele recebe uma proposta da diretora da prisão para correr na `Death Race`, uma corrida criada por essa diretora em que os pilotos são presidiários, não há regras na corrida, o único objetivo dos pilotos é vencer....e ficar vivo.
Ames concorda em correr se passando pelo lendário corredor Frankenstein, o único piloto a vencer 4 Death Races, segundo a diretora o piloto que vencer 5 corridas ganha a sua liberdade, obviamente nenhum piloto nunca ganhará 5 corridas, por isso ele sempre dá um jeito de eliminar o prisioneiro que está se passando por Frankenstein (que morreu tem tempo!) quando ele periga ganhar a 5º corrida.
A Death Race é uma recriação fiel da estratégia romana de dar `pão e circo` à patuléia para desviar sua atenção da realidade, a diretora usa as vidas dos pilotos para atingir seus objetivos financeiros ( as corridas são transmitidas somente no sistema `pay per view`), inclusive manipulando os resultados, sempre procurando aumentar a audiência e deixar o público querendo mais.
Logicamente Ames não foi parar exatamente nessa prisão por acaso, tudo é um plano (não muito) bem arquitetado pela diretora Hennessey, na real os roteiristas deram uma vacilada nisso aí porque o negócio ficou óbvio demais.
As corridas, como não poderia deixar de ser, são o ponto máximo do filme, ainda mais com a participação das `navegadoras` (selecionadíssimas, a seqüência em que elas descem do ônibus é uma das melhores do filme!), vindas diretamente do presídio feminino para auxiliar os pilotos nas corridas, e aumentar a audiência da Death Race.
Infelizmente o diretor não aproveitou a presença delas para `apimentar` o filme, com exceção de Case ( Natalie Martinez ¡ muy hermosa ! ) nenhuma delas tem muito espaço na trama.
O filme agrada por causa das cenas de ação uma em cima da outra, mas o roteiro é bem frouxo, ele usa todos os clichês imagináveis de filmes de prisão, a chegada, o confronto no refeitório, a divisão dos prisioneiros em gangues étnicas, o prisioneiro veterano e sábio que se torna amigo/conselheiro de Ames, os prisioneiros que se tornam amigos dele e o protegem, a sensação de `deja vu` é inevitável, principalmente para fãs de `Oz`, como eu!
Aos trancos e barrancos após duas violentas corridas o filme vai para o seu ato final, que obviamente começa com o confronto entre Ames e a diretora do presídio, em que enfim ela conta a ele como e porque ele foi parar lá e faz uma chantagem emocional daquelas com ele.
A corrida final foi muito bem montada, ótimos efeitos especiais, e o final, apesar de bem óbvio, ficou bom.
Por causa desse filme fiquei curioso para assistir o original, baixei ele e gostei bastante, ele é bem melhor que esse aqui, o questionamento político/social nele é bem mais explicito, e ele tem o Stallone em começo de carreira!
Sem falar no `charme` todo especial que os filmes B da década de 70 tem.
Como eu já disse algumas vezes nessa resenha, os roteiristas vacilaram, dava para o filme ser bem melhor, bastava pegar o que o roteiro original tinha de bom e adaptar para o século XXI.
Jason Statham, que está se firmando como astro de filmes de ação, carrega o filme nas costas, com seu inegável carisma, sou fã dele desde `Adrenalina`, um dos melhores fimes de ação que eu já vi e que será postado para download em breve aqui.
Tyrese Gibson foi muito mal aproveitado, seu personagem tem uma característica (não vou falar o que é para não estragar a surpresa para quem vai ver o filme) que poderia render bastante, mas a tal característica só é citada duas vezes.......
Li em uma resenha que a única função de Natalie Martinez no filme é `ser gostosa`, concordo, o negócio é bem por aí mesmo.
O filme não é de todo ruim, mas também não é nenhuma maravilha, se você não tiver nada melhor para fazer até que é um programa razoável ir assistir `Corrida Mortal`

NATALIE MARTINEZ!

NATALIE MARTINEZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

TRAILER