sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Entrevista - Macacos Gordos (Inhumas/Goiás)

1 – O nome de vocês é bem... diferente! O que significa Macacos Gordos? Os macacos de Inhumas são mais gordos que os macacos de Goiânia?
Na verdade esse nome surgiu por necessidade às vésperas do nosso primeiro show e possuía um significado quase interessante (mentira).. lembro que tinha algo haver com evolução, orgias e algumas características sociais sobre as quais falávamos nas musicas, sobre o universo, a vida e tudo mais, mas na verdade o que mais fazia, e ainda faz, sentido é a quebra de galhos.. e olhando por esse lado as bandas do interior são bem gordas :), em casos extremos de falta de banda da capital ,sempre tem uma vaguinha eheheheh.
2 – Quando e como vocês montaram a banda?
Começou meio que por acaso, acho que em 2003, o Jean e eu (Gustavo) já éramos amigos desde a época do skate e como eu já tocava guitarra e sempre quis ter uma banda chamei o Jean, ele topou e começou a estudar contrabaixo e ficamos um bom tempo, só os dois, tocando Raimundos apenas por diversão. Daí surgiu Michel na necessidade de ter alguém para cantar, batera, já passaram uns três pela banda, o único que conseguiu firmar nessa barca furado foi Demur. A banda em si Macacos Gordos mesmo possui três anos, foi formada mais ou menos em setembro de 2005. A banda era um quebra-cabeça muito complicado, após muitos erros e perseverança, conseguimos essa formação mais estabilizada. As peças se encaixaram como nunca ninguém imaginou, como todos os espaços em seus devidos lugares, todas as quatro peças ali no lugar certo na hora certa.. A banda em si Macacos Gordos se fortificou com a composição de musicas próprias, antes era tudo brincadeira, somente tocava-se covers em casa mesmo, não tinha feito nenhum show , daí começamos a fazer musicas próprias, e a cada dia melhorando e evoluindo. O que hoje se vê é uma evolução, pois em tudo que é determinado algum tipo de dedicação a tendência é melhorar
3 – Por que o Punk/HC?
Nunca pensamos em montar um banda punk/hc, agente só queria tocar e se divertir, no começo de tudo, o intuito seria uma banda praticamente cover de Raimundos, tocávamos outras coisas também, daí quando começamos com músicas próprias, a banda começou a se identificar e ir pro lado do punk rock, no primeiro ano a banda tava mais pra punk mesmo, depois foi evoluindo, buscando um som mais rápido e agressivo, indo mais pro lado HC, hoje é uma mistura, nem nós mesmo da banda sabemos nosso estilo de musica, ainda não conseguimos achar um estilo musical que nos define, ou uma banda que realmente se compara ao nosso som, é meio que um estilo próprio.
Se perguntassem, vocês pretendem mudar de estilo, a resposta seria não, porque até hoje, o único tipo de música que me dá prazer de tocar e esse aí, Macacos Gordos. Porém a evolução continua, não estamos parados, sempre fazendo musicas novas, e implementando novas coisas nas músicas, não preocupados com público ou agradar alguém, queremos agradar nós mesmos primeiramente, o resto é conseqüência.
4 – Influências?
Muitas coisas já influenciaram Macacos Gordos, é sempre um ciclo, você ouve uma coisa para, muda de estilo volta, mas as que me vem em mente são:
Nirvana, Ramones, Raimundos, Papa Roach, Offspring, Green day, System of A Down, Señores, Matanza essas são da primeira fase hoje em dia acho que Nofx, Bad Religion, Rancid, Pennywise, Porcos Cegos. A banda são quatro cabeças, então são quatro tipos de influências diferentes na união de tudo saiu isso ai que vocês estão ouvindo, é estranho falar de influências, porque na verdade tudo pode influenciar, como nada também influencia, a gente nunca tenta, nem quer se comparar ou fazer nada igual outras bandas, as coisas simplesmente vão acontecendo, não dá pra prever o produto final, sai isso aí, queremos sempre fazer coisas novas e que continuem nos dando prazer em tocar.

5 – O que vocês estão ouvindo ultimamente?
Estou ouvindo o chiar de vários computadores ligados, e a conversa dos outros, já que não converso.
Porcos Cegos, Raimundos, Matanza, Nofx, Bad Religion, Rancid, Desastre, e várias outras coisas que não me recordo agora.
6 – Como foi o ano de 2008 para a banda?
Conseguimos não morrer sem querer..
O ano de 2008 teve muitas fases, em questão de shows, não teve muita coisa fora do padrão, acho que tocamos mais vezes que em 2007 mas nada tão acima, acho que 2008 foi um ano pra banda se encontrar, e ver realmente o que gostamos de tocar, neste ano demos uma peneirada no estilo, ficamos mais firmes em um segmento.
Foi bom... Estamos mais amigos, sei lá... conhecemos muita gente, muitas bandas, e muitas pessoas também conheceram nosso trabalho.
7 – Vocês irão lançar uma demo? CD? Quais são os planos da banda para 2009?
Temos planos de lançar um demo sim, quem sabe até um cd completo, já tem tempo que queremos isso, mas até hoje não foi possível, quando se trata de estúdio, nada é barato, isso complica muito, pelo menos a demo tem que sair em 2009, fizemos umas gravações mas estão meio antigas, vamos gravar outras musicas mais atualizadas e tentar lançar uma demo.
Em 2009 a gente espera lançar essa demo, e tocar em mais lugares, inclusive fora do estado, estamos com algumas coisas meio encaminhadas pra tocar em Minas e Cuiabá, mas nada certeza ainda., vamos ver se vai rolar, e também que em cada lugar que passarmos as rodas fiquem cada vez maiores e agressivas, ou seja muito punk rock Hardcore para todos nós.
8 – Se aqui em Goiânia já é difícil mexer com qualquer tipo de música underground, imagino como dever ser no interior...Fale sobre a cena musical de Inhumas, bandas, shows, etc...
A cena é ruim... parece ter uma espécie de barreira capitalista... todas as bandas que se formam por aqui procuram ganhar algo com isso..Bom músicos? nunca vi igual. Amor pelo que faz? Isso é o que falta. Quando a galera daqui perceber que não é necessário grana pra fazer rock n roll do bom, a cena cresce e aparece.
Em Inhumas como acho que em quase todos os interiores, a cena é muito precária, nunca se tem nada relacionado a rock´n´ roll, em 2005 teve o primeiro festival de rock em Inhumas chamado Goiaba Rock este ano foi a 4ª edição, é um festival grande, esse ano mesmo teve presença de bandas com repercussão nacional, este foi o terceiro ano que participamos desse festival, vem bandas de muitos lugares do pais isso é bom porque o nome da cidade começa a ficar divulgado, mas acho que esse está com uma cara maior e não o considero como movimento underground. O underground mesmo, acho que começou com nós dos Macacos Gordos que realizamos dois festivais, O Rock do Noel em dezembro de 2007 e o Escarrada Punk/Hc em agosto de 2008. Esse festival é mais uma reunião de amigos com a famosa ideologia, faça você mesmo, já que nunca tem nada na cidade nós começamos a fazer, e levar bandas de Goiânia pra tocar na cidade, o pessoal gosta bastante, e sempre pergunta quando será o próximo evento, no último deu muito gente foi bem legal. Outros amigos organizaram um outro festival em Inhumas, mas lá a cena é bem fraca mesmo, tá começando a crescer agora, em Goiânia tem shows todo fim de semana e mesmo assim tem gente que reclama, nossos shows são geralmente em Goiânia, mas é meio difícil, talvez o fato de sermos titulados como do interior talvez possa atrapalhar um pouco, mas estamos firme sempre que surgem oportunidades estamos lá pra mostrar nosso trabalho.
9 – Vocês estão tocando aqui e algumas bandas daqui estão indo tocar aí em Inhumas, o que vocês estão achando desse intercâmbio?
Esse intercâmbio praticamente existe dentro da banda, temos dois integrantes que moram em Goiânia, e dois em Inhumas. Intercâmbio de bandas é algo que a princípio nos nem pensávamos e foi surgindo, e isso é uma coisa muito importante, as bandas de fora mostram seu som em Inhumas, conhecem a cidade, e vice-versa, um outro fato desse intercambio é a amizade entre as bandas, que vão passando a se conhecer umas as outras e vai virando tudo uma família, fica todo mundo amigo, isso é muito bom, um ajuda a divulgar o trabalho do outro. Inhumas é quase uma extensão de Goiânia, quase um bairro distante... Tava passando da hora disso acontecer.

MACACOS GORDOS – OUVINDO COVARDES















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