segunda-feira, 8 de setembro de 2008

WxCxM - Entrevista

Quando e como o WxCxM foi formado?

Júlio: A idéia de montar a banda surgiu em meados do fim de 2002, mas só começamos a ensaiar de verdade no segundo semestre de 2003. Tudo começou da mente podre do Alexandre, que um dia, no meio de um rolê de skate, virou e disse: “bora montar uma banda véi. Vai se chamar WC Masculino”. Não sei o que ou quem colocou isso na cabeça dele, sei que aprovei no ato e de imediato fomos atrás de mais dois cabras dispostos a encarar a furada conosco, hehe. Fizemos o Theo aprender a tocar baixo por falta de opção (ou era baixo ou nada, hehe),e eu, Júlio, aprendi a tocar bateria numas latinhas e baldes que agitei em casa. Como o Alexandre já tocava Nirvana no violão, ele ficou encarregado por aprender a arranhar as cordas finas com mais gosto. O único que já entrou sabendo foi o Tiago, hehe. Ouvíamos muito Ratos de Porão, Olho Seco, Mukeka di Rato e as podreiras que o Mozine lançava, e as influências no começo vieram basicamente daí. Nascia então a WxCxM!

Slake: Entrei sabendo apenas que som rápido era o que eu queria tocar, na época já escutava umas brabezas, mas nunca tinha feito vocal em banda nenhuma. Antes do WxCxM eu tentava tocar baixo em uma banda(Big Shit o nome) com os trutas do Criméia Leste, era um esquema hardcore também.

Por que WC Masculino? Vocês já tiveram algum tipo de problema ou mal entendido por causa do nome da banda, tipo acusações de machismo ou sexismo?

Júlio: Opa, respondi essa pergunta na de cima! Sempre me perco nessas entrevistas, haha! É como eu disse Natal, algum dia o Alexandre virou pra mim e disse que queria ter uma banda com esse nome e pronto. Desconfio que seja fruto de alguma mensagem ou pacto com o tinhoso, sinceramente eu não sei o que se passava na cabeça dele, hehe. Como ninguém teve sugestão melhor, acabou ficando esse mesmo. Sobre esse esquema de chamarem a gente de machista, sexista ou merdas afins, sim, no começo da banda esse tipo de acusação era bem recorrente. Coisa de gente que não procura conhecer o conteúdo pra poder julgar. O engraçado é que quem falava esse tipo de merda, no mínimo virou crente ou algo do tipo, porque te garanto que já saíram há anos desse rock podre e falido que a gente vive. Quem fala merda demais não dura muito não, tem uns 6 anos que me envolvo com shows e “cena” em geral, sempre foi, e infelizmente sempre será assim.

Slake: Hoje em dia divulgamos apenas como WxCxM. Sobre a segunda pergunta, no começo rolou umas intrigas sim, coisas idiotas como acusar sem conhecer, sem saber das nossas idéias e coisa e tal, eu acho que é coisa de moleque, quando começamos com a banda éramos todos adolescentes com público adolescente e com intrigas de adolescente sem fundamento.

Já faz algum tempo que vocês lançaram o split com o Sociofobia, quando haverá outro lançamento do WxCxM?

Slake: Já gravamos novas musicas para sair em um 3 way com as bandas Against (finada) também de Goiânia e os holandeses da Slapendehonden, não sabemos ainda quando o disco fica pronto, creio que pro final do ano até o início de janeiro esteja tudo certo. Pois as três gravações estão prontas, falta apenas mandar prensar e acertar a parte gráfica. O disco será lançado pela TBONTB. Enquanto isso já começamos a produzir coisas novas para um disco cheio só da WxCxM.

Vocês tiveram alguns problemas com baixistas recentemente, está tudo resolvido?

Slake: Sim, está tudo tranqüilo. O Theo ficou fora por mais ou menos três meses, na verdade levei como umas férias para ele resolver sua vida pessoal (estudo, trabalho, etc...) enquanto isso passaram dois baixistas pela banda, um deles foi o Chelo, baixista da banda Dead Smurfs de Uberlândia. O Chelo tocou com a gente em dois shows ambos no DF e foi muito bom tanto pra gente que precisava tocar já que havíamos feito o compromisso, quanto pra ele que se divertiu muito com a rockeiragem que só os candangos proporcionam, só tem nego doido e gente fina. Ainda faltava um show em São Paulo e outro em Cuiabá, não dava para o Chelo viajar com a gente, pois tinha que resolver assuntos pessoais em Uberlândia bem na época do show em SP (os assuntos pessoais sempre embaçam), foi aí que decidimos chamar nosso amigo Danny baixista da banda Desastre, bastaram alguns poucos ensaios e pronto, estouramos o cativeiro. Com a vida resolvida o Theo voltou assumir o baixo e já seguimos viagem para Cuiabá e desde então estamos na ativa com a formação original sem problema algum, e é claro que ficamos agradecidos pela força que o Chelo e o Danny deram quando a gente mais precisou.

O HC de vocês é bem agressivo e rápido, imagino que vocês gostam do lado mais pancada do HC, quais são as bandas que influenciaram/influenciam vocês? E o quê vocês estão escutando ultimamente?

Júlio: Acho que no começo a gente tinha um gosto bem parecido. Nós quatro ouvíamos basicamente as mesmas coisas, fato que já não acontece hoje. Bandas como Ratos de Porão e Olho Seco seguem a gente desde o início, não tem jeito. Hoje, tirando as indispensáveis (vide as duas citadas mais DRI, Municipal Waste, DFC e What Happens Next), é meio que cada um no seu mundo roqueiro. Arrisco-me a dizer que os gostos mais semelhantes hoje, são os meus e os do Tiago. O Theo está impregnado de Bjork e Kylie Minogue, o Alexandre descobriu o Black Sabbath e o Racional do Tim Maia, Tiago até pouco tempo tava engatado nos filhos que o Discharge deixou no mundo e muito rap, e eu tô escutando muito Death Metal Old School (Massacre, Death fase véia), o novo do Confronto, as bandas que o Ian Mckaye lança com a Dischord, tipo o Medications e alguma coisa de rap e reggae também. Chega a ser engraçado isso, hehe. Ultimamente `tamo` carregando uma forte influência de Crossover e Grind pra banda, sem importar em seguir uma linha fixa. Enquanto o resultado agradar nós quatro, a coisa segue firme e forte.

Slake: É basicamente o que o Júlio disse mesmo, hoje em dia cada um segue seu rumo na hora de escutar aquele som em nossas residências, claro que isso não significa que deixamos de gostar da essência que fez com que nos juntássemos para formar a banda. E eu escuto muito dis, crust, fast, crossover, rap, grind, noise, old hardcore, nyhc, thrash e por aí vai, só não gosto de Belle & Sebastian, Bon Jovi e porcarias desse naipe.


Algum tempo atrás vocês eram “a bola da vez”, tocavam direto, depois deram uma sumida e agora estão tocando bastante de novo, o que vocês acham dos shows HC aqui em GYN em termos de aparelhagem, público, etc?

Júlio: No meu ponto de vista, a coisa está bem distante do ideal. Não existe um público numeroso, não existe renovação. É bacana que de um tempo pra cá a rapaziada do metal tem freqüentado os poucos shows de HC também, e isso têm me deixado levemente satisfeito em relação à cena. Sempre idealizei algo sem barreiras nem conflitos entre essas duas vertentes, e hoje é contagiante ver a rapaziada do tênizão Pride branco usando camiseta do WCM ou uns punks safados agitando em shows de bandas de metal. A cena não é numerosa, mas com certeza é uma das mais animadas, contagiantes e positivas desse eixo central. Em relação a shows, é bem claro que a coisa só funciona em cima do Faça-Você-Mesmo, sem incentivos ou algo que os valha. Geralmente acontecem com uma base de aparelhagens meio precária – a escassez de locais legais e o ainda pequeno público fiel contribuem muito pra isso -, mas não é motivo pra desanimarmos. Recentemente inauguraram o CETE, um local muito bacana, dirigido por pessoas compromissadas e de localização bem acessível. Se vingar mesmo, vai ser literalmente a salvação, hehe.

Como foi o recente rolê em SP? Com quem vocês tocaram? O que acharam dos shows e da cena HC em SP?

Júlio: Na verdade esse rolê foi meio à doida, no prejú e na vontade mesmo. Nossos amigos do Disforme tinham duas datas marcadas por lá, uma no Hangar 110 e outra no Estúdio Noise Terror, e resolvemos pegar carona pra tocar em pelo menos uma das gigs. Conseguiram encaixar a gente no show do Noise Terror, um local fudido e dirigido por pessoas fantásticas! Tocamos com o Disforme, Diarréia Brutal e Plebeus Urbanos. Conhecemos muita gente bacana, muitos contatos novos, foi tudo realmente foda e até melhor que o esperado. A cena de lá é numerosa e o pessoal comparece nos shows, mas sinceramente, em termos de agitação, empolgação e apoio, me arrisco a dizer que não existe no Brasil cena melhor que essa de Brasília-Goiânia.

Slake: Porra mermão foi doideira demais, amizades novas, bebidas, show tocado, shows assistidos e vários roles daqueles que a gente curte Natal, só a pilantragem, no bom sentido claro, hahaha. Sobre o que o Júlio comentou a respeito de empolgação, agitação e apoio, cada lugar tem seu sistema, claro que esse eixo Goiânia-Brasília é sem duvidas sensacional sem contar que é em casa, não é? Somos nós ali bem mais à vontade, mas em São Paulo a galera também é dedicada e mais numerosa na hora de agir. O show do Noise Terror foi até mais agitado e empolgado do que eu esperava.
Pegamos alguns shows da hora como Lobotomia, Presto? ,DER e de quebra alguns do DFC de novo hehehe. Trombamos pessoas de vários estilos Crossover, Punks e etc, fomos bem recebidos e bem tratados desde as gurias que nos deram abrigo gratuito em seu apartamento regado a festas punks com conhaques, cervejas e coisa e tal, até o pessoal das bandas que tocamos juntos Ódio Social, Diarréia Brutal, Plebeus Urbanos os Disfome, o Denito, o Redson (Cólera), o Jonte da Suécia, Pedro Orc, ao cover do Doom e por aí vai...

Quais são os próximos shows? Algum show fora de GYN marcado?

Júlio: Até onde eu sei, temos dois shows marcados: dia 05/09 no Vaca Amarela com um kilo de banda que eu não suporto, hehe, e outro dia 14/09 em Trindade, num show que nosso camarada Patrik está organizando.

Slake: Tem o show que você tá fazendo no Júlio´s Bar com o Death from Above e WxCxM, até onde eu vi era dia 06/09 né? (Nota do editor: O show foi massa!)

Essa é para o Júlio: Parabéns pelos eventos HC que você e o Pedro vem organizando! Nos dê um resumo dos shows que vocês organizaram até agora e adiante os próximos!

Júlio: Opa valeu pelos parabéns Natal! Tamo pegando as manhas com você e com o Segundo, um dia chegamos lá! Então, já fizemos um bocado de shows por aqui, a maioria deles no aconchegante Capim Pub. O primeiro que fizemos foi em 2006 no Martim Cererê, a primeira edição do Thrashcore Fast. Neste tocaram Mob Ape, Eternal Devastation, WxCxMx, Slaver, Possuído Pelo Cão e DFC. Foi foda, me arrisco a dizer que foi o melhor que já organizamos. No ano seguinte, fizemos a segunda edição e conseguimos, juntamente com o pessoal de Brasília, trazer duas bandas de SP, o Bandanos e o M.A.C.E., e de quebra vieram o Bestial Horror de Anápolis e o Violator do DF. Tirando alguns probleminhas com a dona do estabelecimento foi tudo bom demais também. Esse ano, na terceira edição, apelamos pro grind, e o DER, também de São Paulo, nos deu o ar de sua antipatia. Tocaram também o DFC, Sociofobia, Massacre Bestial de Águas Lindas e o Scumbag, do DF. Foi no Capim Pub, insanidade, sujeira e participação da ilustre vizinha com sua marreta de aço. Tudo lindo, hehe. Pra outubro, estamos tentando, juntamente com o coletivo Caga Sangue, do DF, agilizar uma gig com uma banda já clássica de São Paulo. Se o cão quiser, vai dar tudo certo, hehe!

Tiago, em quantas bandas você toca? O Death From Above gravou material novo?

Slake: Além do WxCxM tem o Death From Above d-beat maniac e o Asas da Vingança catu-crust. O DFA gravou doze sons e daqui a alguns meses tem material novo e oficial chegando na área, já com Asas da Vingança a zinca é tanta que começamos uma gravação no Marcelo Old Studio e na seqüência de alguns dias a mesa dele queimou impossibilitando de terminarmos a gravação, só nos resta esperar, leva a catuaba.

Espaço Livre

Slake: Valeu pela força e desculpa a demora Natal.

WxCxM
www.myspace.com/wxcxmx
wxcxmx@hotmail.com
www.fotolog.net/wcmesgotocore
................................................
Death From Above
www.myspace.com/dbeatdeathfromabove




WxCxM - VACILOU É SÓ MAIS UM

WxCxM - VERME IDIOTA/CHAPADO DE ÓDIO
WxCxM - GOIÂNIA SHIT CITY/LEI MENTIROSA
WxCxM - PADRE PELÁGIO

Nenhum comentário: