segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ímpeto (GYN) - Entrevista e download da demo `Canções Para Novelas Globais`

Primeiramente parabéns pela demo, a qualidade ficou muito boa! Vocês estão `matando` as lendas urbanas goianienses, até agora não estou acreditando que a demo do Ímpeto saiu mesmo, agora só falta a do Murder!
Como foi o processo de gravação? Estúdio, aparelhagem, etc....
GUGA:
Opa, fala Natal! Realmente, o Ímpeto ta acabando com o sonho da criançada ensaiando desse tanto e até gravando... rsrrs
Gravamos no velho e bom Marcelo Old. A gravação foi feita em algumas poucas horas, no esquema ao vivo mesmo, só o vocal separado. A aparelhagem é a do estúdio mesmo, não usamos nada de diferente. Nem pedal eu uso. No esquema do Ímpeto mesmo, tosco e fora do tempo.
Adorei o nome da demo `Canções para novelas globais`, ficou a cara da banda, e rolei de rir com a descrição `conjunto de música Rock` e também com a capa, de que mente doentia saiu essa idéia?
GUGA: Eu preciso confessar? Putz... a mente doente é minha. Eu fico fritando nessas coisas e lembro logo dos meus companheiros de obra Bacural, André e Júlio, cada um mais pedreiro que o outro. Pergunta se eles gostaram? Nem sugeriram mudanças. Ah, o conjunto de música rock Ímpeto eu acho que foi idéia do Júlio ou do Bacural, não lembro. Essa capa ta pronta há uns dois anos, ehehehehe..
Agora que vocês estão `abandonando a tosquice` lançaram até uma demo (!!!!), vão fazer um Myspace também?
GUGA: A gente não abandonou a tosquice, se você reparar bem na demo, verá que ela é uma porcaria digna da gente. Sobre o Myspace, eu ainda não consegui entender direito como funciona aquela joça, daí nem sei se vai rolar, mas vamos tentando, eheheh.
Como está sendo a repercussão da demo até agora?
GUGA:Pra ser franco, até agora só repercutiu em você, ninguém comentou nada, hauhauhuhauha, tá um fracasso completo. Mas é porque ainda não começamos uma divulgação mais ou menos, por enquanto só os brothers estão sabendo e tal. Mas quem ouviu falou que ficou supimpa.
ANDRÉ: Postei a demo em um fórum na net, e foi muito bem aceita, a galera elogiou muito. O barato é que mesmo a banda tendo 10 anos de formação, NINGUÉM conhece. Kkkkkkkk somos muito caseiros e vagabundos.
Hora da aula de arqueologia! Quando e como o Ímpeto foi formado?
GUGA:Puta, agora você me apertou... o André conta que o Scream in Silence (hauhuahuah, esse nome é uma desgraça) surgiu em 1997, mas eu me lembro do Ímpeto surgindo em 98 e gravando a primeira demo no mesmo ano, C.P.D.M. (campanha pela destruição musical), lá no estúdio do Gilberto Correia. Até hoje tocamos algumas músicas daquela época, como “A culpa”.
ANDRÉ: O Ímpeto começou em 1997 na verdade, em sua formação original (Bacuras vocal, Guga batera, Jander no baixo e André na guitarra) com o nome de Scream in Silence, kkkkk. Era mais tosco que tudo, e não foi pra frente. Nos reunimos de novo em 1998, no final do ano, e começamos a banda como um projeto paralelo. Eu, Didi e Guga estávamos bem com o Èlet, o Bacural ainda tinha o Anesthesia Brain e o Jander não tinha outra banda. O primeiro show foi com um set de 6 ou 7 sons e uns covers do tipo Olho Seco e RDP da época do Crucificados.
Por quê o nome Ímpeto e por quê o Punk/HC?
GUGA:O Bacural queria que se chamasse Entropia, mas já tinha uma banda paulista com esse nome. Ímpeto é um nome que representa um pouco da atitude hardcore, da empolgação, do momento, da euforia imediata, do surto, enfim, é de repente, como as músicas da banda, rápidas, agressivas e cruas. Ímpeto é o primeiro impulso de reação que se tem. O mundo é pequeno em ação, constitui-se muito mais em reação. E o punk/hc é nossa maior identificação com a música (???), é impetuoso também. E, claro, é a única coisa que conseguimos tocar, eheheh
ANDRÉ: Sobre o nome, Bacural e Guga respondem. Sobre porque Punk/HC, é mais complexo. Uma série de fatores se conjugaram: não sabíamos tocar direito, fato. O punk e o hardcore exigem menos dos músicos e do vocalista. Além do quê, éramos moleques em fins de adolescência, buscando uma pá de respostas que o punk e hardcore, na época, nos davam. E quer saber? Continua dando. Aprendi muito dentro da cena. Grande parte da pessoa que sou devo ao punk hardcore.
Algum de vocês sabe quantas formações o Ímpeto já teve? Qual é a formação atual?
GUGA:Velho, eu não sei te contar a ordem das formações, mas já passaram pela banda o Didi (que na verdade não saiu da banda, apenas está morando um pouco longe, em Madri, pra ser exato, eheheh), o Jander, a Daniela, o Guilherme e, por último, o Alexandre do WC. Atualmente estou eu, Guga, na cítara de seis cordas, o André no banjo de quatro cordas, o Júlio na zabumba e triângulo e o Bacural como crooner.
ANDRÉ: Então, Janderjans Joaninhas da Flanela esteve na formação original da banda, assim como Lúcio Pedreiro Didi. Eu saí por um tempo, mais ou menos um ano, acho que em 2001, enquanto Guilherme Choice esteve na guitarra do Ímpeto. Daniela Canhête esteve com a gente, nos vocais junto com o Bacuras. A banda parou por quase um ano inteiro, até que Júlio WCM entrou. Depois, Alexandre WCM esteve na banda como 2ª guitarra, quando a gente levava um som mais pesadão, quase grind mesmo, kkkkkk. A banda se estabilizou com a atual formação, dos quais 3 são dos tempos inaugurais: Bacuras, Guga e eu.
Quais são as influências musicais do Ímpeto?
GUGA:Cara, a gente escuta muita coisa. Se formos levar em conta tudo o que escutamos, vamos do fusion ao noise extremo. Mas acho que a banda concorda que nossas influências são punks nacionais, Olho Seco, Fogo Cruzado, Are you god?, Cólera.. de fora tem as bandas escandinavas, Rattus, Asta Kask, tem Varukers, Discharge, o Júlio é viciado em Cripple Bastards... vixe, só tem coisa do mal.
ANDRÉ: Cara, cabe muita coisa no Ímpeto. Da minha parte, eu procuro me inspirar no hardcore finlandês e brasileiro oitentista. Mas tem hora que a gente se vê lembrando de umas coisas de punk rock, tem hora que a gente cria umas coisas sem referência mesmo, com a cara do Ímpeto. Enfim.
Quais são os planos do Ímpeto para 2009?
GUGA:Cara, os planos mais concretos são tocar com o Violator e Terror Revolucionário, nosso próximo show e lançamento do demo “Canções para novelas globais”, e ensaiar em julho, que são nossas férias, eheheheheh.
ANDRÉ: Ser uma banda regular, kkkkkkkk. Tocar, divulgar a demo, ensaiar (já fizemos uns 6 ou 7 este ano), fazer sons novos (já compomos 3 este ano), enfim... coisas que uma banda comum faz. Deixar de ser banda “reunion”, com as mesmas 12 ou 15 músicas de sempre.
Alguns de vocês são veteranos do underground goianiense, já participei com vocês de vários shows e festivais, inclusive de várias edições do famoso `Domingão da Brodagem`!
Nesses anos todos de caminhada quais são as principais diferenças que vocês vêem entre aquela época e os dias atuais.
GUGA:Eu sou saudosista pra caralho, então é natural eu falar que aquela época representava muito mais o que éramos do que a cena de hoje. Mas vejo a cena hoje muito mais movimentada, muito mais shows bons, as dificuldades com local são eternas, aparelhagem boa também é raridade no universo punk daqui, mas eu confesso que me divirto muito mais hoje do que antigamente. Eu era minha polícia ideológica, isso não me deixava divertir mais. Hoje sou safado, não me reprimo mais como antes e me divirto muito nos gigs.
ANDRÉ: Dos dinossauros da banda, eu sou o mais novo na cena, passei a freqüentá-la em 1995/1996, por influência de um bróder que tocava no Rat Salad, o Reinaldo. Hoje, sem dúvidas, a tecnologia disponível torna mais fácil divulgar o trampo de uma banda, os instrumentos musicais de qualidade mediana são MUITO mais baratos, os estúdios oferecem mais qualidade de equipamento, tem mais gente envolvida na produção de eventos e selos... é inacreditável como a coisa mudou em menos de 15 anos.
Sei que hoje em dia alguns de vocês são respeitáveis profissionais em seus respectivos segmentos e até pais de família! Como vocês conciliam essas obrigações/carreiras com a banda?
GUGA:Cara, nossa vida profissional não nos permite dedicar mais ao Ímpeto como gostaríamos, porque três de nós somos professores. Mas a vida familiar é tranqüilo, o nosso argumento é forte eheheheh.. não jogamos futebol, então o ensaio e os shows é como se fossem nossa pelada. Só que ao invés de emagrecer, a gente enche a cara e estufa o bucho, hauhauhau. Mas é assim que a gente gosta.
ANDRÉ: Ser casado e roqueiro é menos complicado do que eu imaginei, kkkkk. O que diminui sensivelmente é o tempo disponível para o trampo com bandas, shows, zines e similares. O trabalho suga quase tudo. No meu caso, minha esposa é muito presente. Ela vai em tudo quanto é lugar comigo, e curte pra caralho. Não temos problemas com divisão do tempo entre o rock e o casamento. Inclusive, ela ajuda a escrever o blog Rango Rock, palpitando muito. Ela é a outra parte da equipe, kkkkkk. Em suma, tenho menos tempo do que gostaria pra estar com o Ímpeto.
Que bandas vocês destacam no atual cenário underground goianiense?
GUGA:Eu destaco a volta do Ressonância Mórfica com aquele monstro na bateria, o WC, que é nosso orgulho hardcore, gosto muito do Sangue Seco (eheheheheh, marketing), Fígado Killer, Death from above, putz, tem muita banda foda.
ANDRÉ: Das antigas, sou fã de carteirinha do Desastre. Tenho TODOS os lançamentos deles, com exceção de material em K7. Gosto demais do Ressonância Mórfica. Uma não tão atual, mas que eu pago pau mesmo, porque gosto demais é o Sangue Seco. Outra, que eu escrevi sobre o CD no meu blog, o Motherfish, porque ficou algo sem paralelo aqui em Goiás. Muito bom. Na minha modesta opinião, estes trabalhos que citei destoam dos demais por aqui. Queria demais que o WCM lançasse coisas novas, porque é outra banda que se destacava, pra mim. Os moleques são mestres no que fazem.
E as bandas paralelas de vocês? Novidades?
GUGA:Cara, o André, o Júlio e o Pedrinho estão com um projeto aí que dizem ser do caralho. Eu não vi ainda, porque os caras estão ensaiando escondido da gente. Eu to pensando seriamente em tocar um DRI cover com os macaco-véio do HC-137 e recentemente minha outra banda de punk rock, o Sangue Seco, lançou o CD “No ar cheiro de matança”. O WC parece que ta armando mais alguma gravação e é isso, nunca vamos parar.
ANDRÉ: Júlio e eu estamos com um novo projeto, ainda sem nome e em formação musical. Contamos com Pedrinho Orc e Bruno Vilanãovence pra completar o time. Fizemos alguns ensaios, e ta massa, ta engrenando legal. O Kundaline morreu definitivamente em 2008.
Espaço livre
GUGA:Preservar a cena não é só ir aos shows, é comprar o material das bandas, é incentivar a cultura alternativa, é produzir fanzines e blogs, é divulgar as bandas. Tem muito nego escondendo o ouro, mesmo ele sendo gratuito.
O hardcore tem que ser a irmandade do compartilhamento e da amizade sincera, não os machocore que até hoje a gente vê por aí, arrotando brabeza e preconceitos pra todo lado.
A frase é do meu amigo André: HARDCORE ATÉ ONDE DER!
ANDRÉ: Obrigado por dar espaço à vagabundos descompromissados como nós, Natal! Sua atitude na cena é invejável, coisa pra ser exemplo pra molecada que está chegando.

DOWNLOAD DA DEMO `CANÇÕES PARA NOVELAS GLOBAIS`
BLOG RANGO ROCK
ÍMPETO - MATARAM JOÃO NÍNGUEM

Um comentário:

buracosdepalmas disse...

joaninhas flanela eh o carai...kkkkk