sexta-feira, 29 de março de 2013

Therion – Les Flurs Du mal (2012) – Download

 Nunca dei muita atenção ao Therion, obviamente conhecia a banda de nome e inclusive me lembro de quando eles começaram a aparecer nas revistas de metal, na primeira metade da década de 90.
Acho que o único disco deles do qual eu cheguei a escutar alguma coisa foi `Theli`, de 1996, que eu escutei porque trabalhava em um loja de discos na época.
Como a sonoridade deles não `bateu` nem cheguei a gravar algo do disco. E nunca mais procurei ouvir os lançamentos da banda, mas isso mudou no comecinho desse mês!
Lendo a Roadie Crew de março me deparei com uma entrevista deles em que o vocalista Cristopher Johnsson explicava os detalhes do disco novo do Therion, `Les Fleurs Du Mal`, em que eles pegaram várias canções tradicionais francesas e as `metalizaram`, epa!
Simplesmente amo quando uma banda de metal se liberta dos grilhões e  `dogmas` do gênero e toma uma atitude como essa do Therion!
 CRISTOPHER JOHNSSON

Não sou exatamente um francófilo mas tenho um certo apreço pela língua e por alguns aspectos da cultura francesa. E pelas mademoiselles também!
Na entrevista Johnsson explicou que a idéia de regravar canções tradicionais francesas surgiu quando ele passou a pensar em gravar um disco de covers mas não queria trilhar o fácil e batido caminho de regravar canções metal, punk ou pop.
Quanto mais pensava no assunto mais via que o caminho era usar músicas desconhecidas da maioria das pessoas, pois assim poderia modificá-las à vontade, adaptá-las à sonoridade do Therion sem a pressão que teria de enfrentar se optasse por canções manjadas.
Quando começou a listar as canções que gostaria de usar no projeto Johnsson percebeu que mais da metade delas eram francesas, e voilá, viu que o caminho era usar as belíssimas canções do cancioneiro popular gaulês!
Para tornar o trabalho mais diferente ainda Johnsson não se limitou a canções conhecidas como `Poupée de cire, Poupée de son` de Serge Gainsbourg, foi fundo na pesquisa e chegou a artistas cujos trabalhos nem chegaram a ser lançados em CD, como Léonie Lousseau.

 Escolhidas as faixas veio o grande desafio, gravar as músicas em francês, pois o Therion é da Suécia e sempre gravou seus discos em inglês, com uma ou outra faixa em sueco.
Uma amiga franco-americana da banda se prontificou a  trabalhar na pronúncia do francês com os 4 (!!!!) vocalistas da banda.
Thomas Vikström e Snowy Shaw apanharam bastante porque não falavam absolutamente nada de francês e tiveram de trabalhar a pronúncia de palavra por palavra das letras!
Acostumados a gravar um álbum inteiro em poucos dias os dois vocalistas penaram repetindo muitos e muitos takes, que estavam tecnicamente perfeitos, mas não podiam ser usados por causa de `escorregadas` na pronúncia.
Já as vocalistas Lori Lewis e Mari Paul não tiveram nenhum problema durante as gravações.
Cantora de ópera, Lewis aprendeu francês estudando e praticando obras de autores gauleses, já Mari Paul é uma finlandesa que tem como terceira língua exatamente o francês. Disse terceira língua porque praticamente todos escandinavos aprendem inglês paralelamente ao seu idioma natal na escola, desde pequenos.
 Com as gravações em andamento o Therion teve que enfrentar mais uma provação: devido à ousadia e ineditismo do projeto a Nuclear Blast não viu potencial comercial no disco.
Como se tratava de um disco de covers havia uma cláusula no contrato entre a gravadora e a banda que eximia a Nuclear Blast de lançar o disco se não gostasse do repertório.
Foi aí que Cristopher Jonhsson deu um exemplo de comprometimento com a sua visão artística que até me arrepia, propôs que ele mesmo pagasse pelos custos da produção (75.000 euros!!!!!) e assim pudesse lançar o disco de forma independente, pouquíssimas bandas tomariam tal atitude!
Obviamente a gravadora aceitou a proposta e a banda finalizou o processo de gravação do disco.
 Como empatou uma grana altíssima na produção do disco, Johnsson ficou sem um mísero euro para usar na divulgação, apostou que pelo caráter diferenciado do disco as resenhas da mídia especializada causariam algum tipo de reação, boa ou má, falem mal mas falem de mim!
A estratégia deu certo e o disco passou a ser alvo de opiniões e debates acalorados, a favor e contra!
 O nome `Les Fleurs Du Mal` foi retirado de uma obra (6 poemas) do `maldito` poeta francês Charles Baudelaire, que chegou a ser proibida na França no século XIX!
Amei o disco, é o que eu mais escuto ultimamente, o Therion apostou alto e está colhendo os frutos de sua coragem e ousadia!
Como disse antes, adoro bandas que inovam, que rompem as barreiras de seu estilo musical, ainda mais quando a inovação é feita com todo o charme e sofisticação da música francesa, `Les Fleurs Du Mal`, très bien, baixe!


1.Poupée De Cire, Poupée The Son
2. Une Fleur Dans Le Coeur
3. Initials B.B
4. Mon Amour, Mon Ami
5. Polichinelle
6. La Maritza
7. Soeur Angelique
8. Dis Moi Poupée
9. Lilith
10. En Alabama
11. Wahala Manitou
12. Je N'al Besoin Que De Tendresse
13. La Licorne D'or
14. J'al Le Mal De Toi
15. Poupée De Cire, Poupée The Son
16. Les Sucettes












Um comentário:

Please Kill Me Brazil Jornalismo disse...

Ótimo post... ótimo álbum.. sou fã de Therion desde o início, quando nem era "sinfônico" ainda... tenho quase tudo... Valeu.