Grande Valéria! É uma honra entrevistar o The Insült para o Paranoid Zine, sempre admirei sua dedicação e amor à cultura Punk, sem dúvida nenhuma você é um dos pilares do movimento aí no DF!
Quando e como você teve seu primeiro contato com a cultura Punk?
Primeiramente gostaria de agradecer a você, Natal, por esse bate papo com a The Insült aqui no seu fanzine.
Relembrar como as coisas começaram confesso que me traz certa “nostalgia”, pois ao contrário do que dizem as más línguas, meu primeiro contato com a cultura punk se deu ainda na época de escola, desde muito cedo eu já tinha certo interesse por questões sociais, pela cultura punk em si e acredito que tenha sido dessa forma que os primeiros contatos tenham se firmado.
Posso dizer que tive bons momentos e grandes amigos na ocasião, mas o tempo é algo que nos surpreende e a convivência ao contrário do que pelo menos eu imaginava acabou por nos afastar mais do que nos aproximar e atualmente cada um segue sua vida.
Não estou aqui para inventar uma estória de como a cultura punk começou a fazer parte da minha vida caso algum “curioso” de plantão esteja pensando.
Não! Eu não nasci punk e levei um bom tempo até entender de forma mais coerente essa postura de vida na qual minha trajetória tem se firmado e se delineado com o passar do tempo.
Assim como muitos que estão, de repente, agora lendo esse texto, eu também passei e ainda passo por muitas situações desagradáveis, cobranças desmedidas, entre tantas outras coisas podres que infelizmente muitas pessoas ainda tendem a reproduzir no meio punk.
É sabido como a sociedade, de forma geral, e até mesmo alguns indivíduos ditos inseridos no contexto do punk, tendem a arrotar seus preconceitos, discriminações, machismos entre tantas outras porcarias desmedidas, mas apesar dessas adversidades enquanto mulher e inserida no cenário punk, tenho muito orgulho da minha cultura e da minha história, ainda que muitos, por vezes acabem por tentar, diga-se de passagem, sem muito sucesso, denegri-la!
Nunca fui uma figura de fragilidade e nunca me escondi atrás de ninguém, muito pelo contrário, creio que até mesmo por NÂO ser uma pessoa de meias palavras e que por vezes chega a beirar a grosseria, eu tenha conquistado tantos inimigos e também muitos amigos por esse mundo a fora!
Ser e permanecer punk, pelo menos na minha visão vai muito além das necessidades de auto-afirmação ou dos devaneios juvenis, é algo que denota força, orgulho, sinceridade e luta pelo que (se) acredita!
Comentários tendenciosos sempre surgem, pois tem sempre alguém para te eleger um novo conceito! Ainda assim, apesar das dificuldades existentes tenho muito orgulho da minha história, sou um misto de defeitos e qualidades como qualquer outro ser humano! Não procuro a perfeição muito menos à história mais adequada, simples assim! Tento viver em minha totalidade sempre procurando oferecer o meu melhor, buscando aprender mais com os erros do que com os acertos. Raw Punk Girl äs Fuck!
Quais são as suas bandas preferidas?
Tento não ser uma pessoa limitada e ao contrário do que muitos acabam fazendo, não tenho problemas em falar do que gosto e não vou mentir aqui dizendo que “Anti Cimex e Asta Kask” tocam na minha vitrola 24 horas por dia, pois isso seria uma grande hipocrisia. Tenho um gosto musical bem variado gosto muito de bandas pós- punk, death- rock, entre tantas outras possibilidades nessa linhagem de som. Gosto muito de bandas como o The Smiths, Joy Division, Plastique Noire, Mercenárias, Sonic Youth, Ausgang, Interpol, Varsóvia, entre tantas outras.
Obviamente o bom e velho D- beat rola solto por aqui, uma boa pegada crustie e alguns clássicos do punk rock também fazem parte desse rol de caos sonoro.
Tenho ouvido bastante SS Kaliert, The Expelled, Detestation, One Way System, Appendix, Strebers, Asta Kask, Gloom, Disclose, Vice Squad, Copyright Chaos, Kuro, Crow, The Bloodclots, isso sem deixar de mencionar as bandas brasileiras que estão cada vez mais se delineando no cenário punk com suas letras devastadoras e sua música agressiva como é o caso da Estado de Guerra, Atos de Vingança, Luta Armada, Herdeiros do Ódio, Rawcor, Escöria, entre outras que eu possa ter deixado de mencionar no momento.
E quanto às leituras? De que autores você gosta? O que você gosta de ler?
O último livro que tive a oportunidade de ler foi “O Estrangeiro” do escritor Albert Camus, autor que me foi apresentado há pouco tempo pelo amigo Junior, lá da Baixada- RJ, que, diga-se de passagem, detesta essa expressão.
Não tenho tanto o hábito da leitura como gostaria de ter, mas sempre que possível procuro ler alguma coisa. Gosto de temáticas voltadas à história, psicologia, saúde, filosofia, sociologia, enfim, gosto de agregar todo tipo de conhecimento, não sendo livros de auto-ajuda e se a leitura me agradar eu simplesmente continuo lendo. Minha grande paixão são os quadrinhos! Gosto muito de Sandman, Estranhos no Paraíso, Como Matar Seu Namorado, Watchmen, X men, Lobo, Mafalda, Calvin, Snoopy, etc.
(N.do E. – Não sabia que a Valéria gostava de quadrinhos, se soubesse teria feito algumas perguntas sobre isso!)
Quando você começou a tocar em bandas e por quais bandas você passou?
Minha trajetória é um tanto recente no meio musical, tudo começou de fato em 2001 para ser mais exata. Quando adolescente cheguei a cogitar a possibilidade de tocar algum instrumento e elegi o baixo elétrico como tentativa, na ocasião até iria tocar numa banda de metal só de garotas, o que não passou de um único ensaio, até por que excetuando a guitarrista, acho que nós não tínhamos muita vocação e disciplina adequada aos instrumentos! Assim acabei recorrendo a outro instrumento, a voz.
Ao contrário do que possa parecer a princípio não estava muito segura com relação à escolha, mas acabei encarando os desafios que a vida confrontou e hoje estou aí fazendo os vocais da The Insült para a infelicidade de muitos que não apreciam vocais femininos em bandas punks.
Quanto às bandas das quais tenha participado que mereçam alguma relevância, posso dizer que já estive a frente como vocalista em duas bandas, uma delas na ocasião estava situada no contexto da cena punk, mas que não vem ao caso salientar no momento, as experiências foram muito boas, um verdadeiro aprendizado não só na música, mas de vida!
Hoje, musicalmente falando, me sinto mais amadurecida e segura no que faço sem me importar tanto ou me sujeitar a críticas infundadas que possam existir, fazendo o que gosto e o que de mais sincero posso fazer, berrar e incomodar muita gente que queira ser incomodada com o nosso som!
Hora de falar do The Insült! Como foi a formação da banda?
Os membros são os mesmos desde o começo?
A The Insült tomou forma ainda no final do ano de 2008 após a desestruturação de bandas que alguns de nós fazíamos parte. A partir daí nossa idéia era fazer um som que nos aproximasse mais do que acreditávamos enquanto punks e como pessoas, estávamos cansados de “fazer parte” de coisas e acontecimentos que não condiziam com a nossa maneira de ver e viver o punk e até agora tem dado muito certo!
Nossa primeira formação foi com Phëllipë (Guitarra), Räfäel (Baixo), Välériä (Voz) e Wesley (Bateria), mas essa formação não durou muito tempo, nós chegamos a fazer alguns ensaios, mas nada que mereça algum destaque.
Por motivos pessoais Wesley acabou deixando a banda e decidimos convidar xNegretex para assumir as baquetas e nosso line up passou a ser Phëllipë (Guitarra), Räfäel (Baixo), Välériä (Voz) e xNegretex (Bateria). Desde então estamos juntos fazendo um som que nos tem agradado bastante com uma “química” incrível! Nos respeitamos muito e temos muito apreço um pelo outro e isso é primordial para uma boa convivência, ainda mais por termos que passar boa parte do nosso tempo disponível juntos, seja ensaiando, tocando ou apenas de bobeira pela cidade.
Desde a primeira vez que ouvi falar de sua banda nova gostei do nome, quem vocês querem insultar?!!?
Nós pretendemos mais resgatar alguns pontos que para nós estejam um tanto “perdidos” no meio punk, do que de fato “insultar” com toda a propriedade da palavra!
Diria que o nosso insulto seja através das nossas letras que falam sobre o nosso dia a dia, nossas limitações, nossos anseios, nossa vivência e sobrevivência enquanto punks.
Música punk, feita para punk. Valorização e difusão da nossa cultura através da música!!!!
Em meio a tanto caos e intrigas desnecessárias que acabam sendo firmadas de tempos em tempos dentro do cenário punk o nosso propósito como banda e enquanto punks é em estar produzindo, conhecendo pessoas, nos informando, nos divertindo!
Não estamos aqui para fiscalizar a vida de ninguém! Esse não é o pano de fundo da banda!
Quer ser insultado de verdade? Ouça nosso som, leia nossas letras, pense, reflita, questione, produza!!!! Coloque para fora toda sua garra e orgulho de ser punk!!!!
Quais são as influências musicais do The Insült?
Temos as mais variadas influências musicais que vão desde SS Kaliert a Minor Theath. Embora tenhamos um gosto por vezes semelhante, temos algumas diferenças sonoras até mesmo pelo direcionamento dentro da cultura punk que cada um tem.
xNegretex por exemplo, é inserido dentro do contexto da cena straight edge, enquanto Phëllipë, Räfäel e eu estamos dentro do contexto da cena Raw punk. Talvez seja essa a “pegada” que tenha dado certo na The Insült.
Somos um misto de coisas que gostamos e outras que não gostamos tanto assim.
Dessa forma nosso som se transforma em meio a todo esse caos sonoro rasgando ouvidos para o deleite dos apreciadores de um som punk rápido, cru e agressivo, essa é a The Insült!
O que vocês procuram expressar nas letras?
Reparei que todas as faixas da demo foram gravadas em inglês, pretendem compor algumas músicas em português ou vão optar pelo inglês mesmo?
Nossas letras falam sobre o nosso dia a dia, nossas limitações, nossos anseios, nossa vivência e sobrevivência enquanto punks. Música punk, feita para punk.
Através do nosso som tentamos passar o orgulho que temos enquanto punks, a valorização e difusão da nossa cultura através da música.
Percebemos que são poucas as bandas dentro do cenário punk que falam sobre o punk.
O que se vê na maioria das vezes são letras que abordam vários assuntos no tocante a problemáticas sociais, guerras, enfim, e nossa cultura de alguma forma acaba ficando em segundo plano. Não que isso seja visto por nós como algo “ruim”, mas nós optamos em abordar outros assuntos dentro das possibilidades que o punk nos mostra, sem que com isso ficássemos limitados a falar apenas sobre um assunto.
Nós temos nossos posicionamentos políticos, cada qual com sua maneira de viver e vivenciar a cena punk.
Embora nós também tenhamos dificuldades com a língua inglesa, ainda assim optamos em fazer nossas composições em inglês, uma vez que a gama de pessoas que poderão ter acesso as nossas letras sem dúvida é muito maior. Nós também temos músicas em espanhol e não descartamos a possibilidade de gravarmos alguma coisa em português, mas no momento preferimos continuar usando esse recurso lingüístico.
É sempre bom aprender algo novo, por que não um novo idioma?!!
Vocês montaram a banda e em pouco tempo já partiram para a gravação da demo `Punx on the streets!`, como foi o corre da gravação? O resultado foi o que vocês esperavam?
Como já citei anteriormente nós temos uma afinidade musical muito grande e não demorou muito para nos decidirmos a entrar em estúdio e gravar nossa primeira demo. “Punx On The Street” foi o primeiro material da banda gravado e lançado totalmente aos modos Do it Your Self. Fizemos um corre grande para que fosse possível a realização desse material, mas o resultado final compensou muito. Nossas expectativas foram mais do que superadas, tivemos um retorno muito significativo dentro da cena punk e estamos trampando novos sons para o nosso primeiro full lenght que deverá ser lançado ainda em 2010.
Uma das coisas que eu mais gostei na demo de vocês foi o capricho com a parte gráfica, desde a capa até o encarte/poster, adorei o CD silkado como um vinilzinho!
De quem foi a idéia? Deve ter dado um trabalhão para fazer!!!!
Nós tivemos um pouco de trabalho para deixar nossa demo da forma que gostaríamos, mas não teríamos conseguido sem ajuda dos nossos amigos que nos ajudaram muito com sugestões, apoio, carinho e respeito, colaboravam como podiam.
Gostamos sempre de deixar bem claro que a The Insült não é uma banda Raw Punk composta por apenas 4 integrantes, nós somos apenas parte do processo.
Todos os Raw Punks daqui são de alguma forma responsáveis pela banda, assim como por tantos outros projetos que temos juntos. Nós compartilhamos uma mesma vida, cheia de dificuldades, desafios, conquistas e vitórias. Todos nós somos responsáveis pela cena que temos!
Como está sendo a repercussão da demo até agora?
A repercussão foi e está sendo muito boa. Através desse material tivemos a oportunidade de conhecer outros punks que se identificaram com a proposta da banda, nós tivemos a oportunidade de estar participando de alguns eventos aqui na cidade e em outras cidades próximas a Brasília também, o que para nós é muito gratificante, uma vez que a falta de suporte que muitas vezes a cena exala tendem a fazer com que muitos projetos acabem ficando no esquecimento e para nós da The Insült pelo menos até agora as coisas estão sendo bem positivas, não temos do que reclamar!
Gostei de ver que vocês se preocuparam em colocar um endereço `postal` na demo, isso mostra que vocês ainda se correspondem através de cartas com pessoas interessadas no The Insült, algo cada vez mais difícil de ser visto na era da internet!
Mantenho esse endereço postal há pelo menos uns 10 anos e sem dúvida alguma o “velho” estilo de correspondência não seria abandonado!
É muito gratificante manter esse tipo de contato, saber que alguém se preocupou em doar um pouco do seu tempo para lhe escrever uma carta, mandar um zine, fazer trocas das produções que esteja desenvolvendo é de fato muito significativo, não tem o mesmo compromisso do copia e cola da internet que muitas vezes acaba sendo muito usado. Nós valorizamos muito esse tipo de contato e esperamos usá-lo ainda por muito tempo.
E o Myspace, Orkut e afins? Como está sendo a divulgação virtual de vocês? O que acham dessas ferramentas?
As pessoas interessadas em conhecer um pouco mais sobre a banda ou até mesmo trocar um papo podem entrar em contato pelo Orkut ou através do site no myspace: http://www.myspace.com/theinsultrawpunx , onde você também poderá ouvir duas músicas da nossa demo que estão disponíveis para audição ou ainda através do endereço
Caixa Postal 8141, Cep: 72460-970, Gama- DF e pelos email’s insult_punx@hotmail.com ou carriewhite89@hotmail.com
Nós utilizamos muito o recurso da internet como forma de divulgação das nossas produções de uma maneira geral, é um meio prático, rápido e fácil que tem dado muito certo embora esse não seja o único veículo que tenhamos escolhido como divulgação do nosso trampo, mas temos que concordar que o alcance é muito maior através da rede.
Sem dúvida alguma a internet é uma ferramenta muito útil em vários aspectos, porém deve ser usada com cautela, nem tudo que está publicado na rede de fato corresponde à realidade e deve-se ter muito cuidado com algumas informações que acabam sendo postadas com intuitos duvidosos. Mas cabe a cada um usar sua dose de bom senso quanto a sua utilização.
Já tem planos para outra demo? Ou CD oficial?
Nós fomos convidados a gravar nosso primeiro full length com os amigos da Casa Punk Records e esperamos que esse material esteja disponível a partir do segundo semestre de 2010. Além dessa gravação estamos com outros projetos que ainda estão sendo analisados de maneira cuidadosa para que tudo possa fluir da melhor maneira possível, sem afobamento, respeitando nosso tempo e nossas possibilidades.
Valéria, como uma figura ativa na cena Punk/HC do DF como você vê o momento atual do movimento aí em termos de bandas, locais de show, público, zines, etc?
A cena punk do DF, pelo menos na minha visão, ainda é muito fragmenta e confusa. Existem muitos “grupos” punks, mas esses “grupos” na maioria das vezes não se relacionam. Existem muitas tretas, muitas distorções, enfim, acredito que seja como em muitos lugares do Brasil e do mundo. Embora com as existentes dificuldades as produções por aqui não param!
De alguma forma ou de outra sempre temos pessoas envolvidas com todo tipo de produção, seja com fanzine, organizando gigs, entre tantas outras possibilidades de atividades que possam ser desenvolvidas.
Mas tenho percebido que mesmo com “tantas diferenças” a maioria das pessoas tem buscado uma nova visão em relação ao cenário punk no qual faça parte, respeitando outras posturas dentro do contexto que o meio punk possa proporcionar. Mas ainda há os que estão na cena apenas como espectadores do caos, mas cada um escolhe o que melhor agrada fazer e não serei eu quem vai julgar isso!
Muitas bandas boas estão surgindo por aqui e velhas bandas estão voltando à ativa, o que fortalece ainda mais a nossa cena musical.
Acredito que como deva acontecer em muitos lugares, nós temos muitas dificuldades com relação à disponibilidade de lugares para que os eventos possam ser realizados o que não faz com que os envolvidos com esse tipo de produção se deixem abater pelas dificuldades.
Com relação ao público de Brasília esse sim é bem variado! Você facilmente encontrará todos os tipos de segmentos de culturas nas gigs que acontecem na cidade, o que de certa forma é bem interessante, uma vez que a pluralidade cultural não tenha virado palco de guerras nos shows que acontecem por aqui.
No tocante a zines acredito que devam existir produções a respeito, embora não tenham chegado muitas delas em minhas mãos.
Posso salientar o “Pillow Fight”, fanzine da cena Straight Edge editado pelo Felipex e xNegretex, o “Korrözyvo”, fanzine punk editado por Räfäel, Phëllipë, Rönäldo e Fërnändo, o “Mente Engatilhada”, fanzine que estou editando no momento, entre tantos outros fanzines da cena hardcore que circulam por vezes pela cidade.
Gostei bastante do seu zine `Mente Engatilhada`, pelos temas abordados e também por ele ter uma versão impressa, que é algo cada vez mais raro!
Fale sobre o zine e aproveita e faz o `comercial` para quem quiser uma cópia!
Fico muito feliz que tenha lido e gostado do zine, algumas pessoas infelizmente ainda tendem a colecionar papéis e geralmente não se dão ao trabalho de ler os trampos que recebem sendo assim apenas colecionadores de coisas desconhecidas.
Espero que outras pessoas tenham tido o mesmo interesse que você e tenham feito mais do que folhear páginas e olhar gravuras.
A “Mente Engatilhada” começou a tomar forma em um momento da minha vida em que senti uma maior necessidade em estar explanando um pouco mais sobre assuntos voltados à cena em que eu estava inserida, ou seja, o punk!
Durante muito tempo fiquei muito receosa em me propor a escrever, muitas vezes acabamos cercados por pessoas que nos impedem de caminhar e que muitas vezes acabam te colocando diante de algumas questões que te deixam confuso e questionador da própria capacidade, mas esses são outros tempos!
Anteriormente cheguei a editar outros fanzines, mas nada com a força que a “Mente Engatilhada” tem!
Espero que as edições passadas e as que estão por vir possam de alguma forma contribuir em algo às pessoas que tenham tido interesse em conhecer o zine.
A “Mente Engatilhada” é um fanzine genuinamente punk, com textos por vezes polêmicos, que não tem a intenção de afetar a individualidade de ninguém, nada que esteja expresso no zine é algo que denote uma verdade absoluta, são apenas pontos de vista.
Críticas, discussões, são sempre muito bem vindas, desde que não sejam de cunho pessoal ou algo que não venha de fato acrescentar em nada ao tema proposto, não estou aqui para ditar verdades sobre ninguém e muito menos a ninguém!
Assim como você, Natal, eu também gosto muito desse contato com o papel!!!
Todo esse processo, desde a idéia de criação do fanzine até o momento de chegar as Xerox e ter que segurar uma grana para fazer as cópias e divulgá-lo, são etapas que nos dá uma enorme satisfação do trampo realizado.
Saber que alguém dedicou um pouco do seu tempo a leitura do material que você tenha desenvolvido é muito significativo, pela internet acredito que o acesso é mais facilitado, mas eu não deixo de preferir uma boa versão impressa em minhas mãos, então quem estiver interessado em adquirir cópia do fanzine ou fazer trocas de produções entre em contato pelo email carriewhite89@hotmail.com ou pelo Orkut ou pelo endereço da Caixa Postal 8141 Cep: 72460-970, Gama- DF ou até mesmo se preferir , o fanzine está disponível na internet para download.
Recentemente o The Insült fez sua estréia em terras goianienses, o que vocês acharam do show aqui?
A cena de Goiânia, pelo menos para nós, difere-se um pouco do que acontece em outras cidades, obviamente por que cada cena tem as suas peculiaridades e nós respeitamos muito isso!
Sempre que somos convidados a estar participando de algum evento por aí é realmente muito gratificante, pois sempre temos uma boa receptividade por parte do público local, as pessoas gostam de conversar, não ficam isoladas nos cantos com cara de “o que eu vim fazer aqui”, os shows em Goiânia geralmente são muito bons!!!
E esse não haveria de ser diferente, tocamos com bandas muito boas da cena da cidade goiana além da banda Suicídio Coletivo do Jardim Ingá, cidade de Goiás, que são grandes amigos da The Insült!
Nosso deslocamento até Goiânia foi muito prazeroso, regado à diversão e muita cerveja gelada!!!! Foi um som muito foda e estamos ansiosos em repetir a dose!!!!
O que vocês do The Insült estão escutando ultimamente?
Bem, eu particularmente não tenho conseguido parar de ouvir SS Kaliert, umas das minhas bandas preferidas, também tenho ouvido muito Paralisis Permanent, Strebers, Ligotege “Crime & Passion” sem dúvida uma das melhores canções da banda, xNegretex está a base de muito hardcore old school/youth crew, crust melódico e neo crust, Räfäel tem ouvido muito Defiance, Moderat, SS Kaliert, Pós Guerra, Disärm, entre outras e Phëlipë tem tido overdoses de The Expelled, Chaos Uk, SS Kaliert, Varukers, etc.
Por conhecer vocês há algum tempo sei que gostam de tomar umas, qual é o goró `oficial` do The Insült?!!?
Sem dúvida alguma, uma boa cerveja gelada!!! Mas isso não vale para todos, xNegretex nunca dispensa um bom suco de laranja!!!
Embora nem todos os integrantes da banda pertençam à mesma proposta da cena punk como já mencionado, nós nos respeitamos bastante e não somos loucos paranóicos sedentos por álcool ou algum tipo de doutrinadores da política pró ou contra o álcool! Cada coisa à sua medida e sem exageros que possam comprometer nossa proposta como banda e enquanto punks.
Para terminar, como é uma autêntica noite `Punx on the Streets` do The Insült?!!?
Uma verdadeira noite “Punx on the Streets” para nós sem sombra de dúvidas é uma noite entre amigos, um bom som, muita conversa e diversão!!!
Estar entre amigos é algo indispensável, até mesmo por que embora sejamos um grupo ainda pequeno fazemos questão de estar sempre juntos, reunidos em algum lugar.
Somos grandes amigos e isso é o que nos fortalece em nossa cidade. Sem dúvida alguma nossa amizade, nosso comprometimento sincero com o que fazemos nos faz conseguir resistir em meio a um lugar com poucas produções relativas à cena punk, em meio a muita disputa estúpida de ego e picuinhas desnecessárias. Enquanto muitos estão preocupados em semear a discórdia, nós estamos ocupados produzindo, nos informando, nos divertindo, vivendo o punk da forma mais sincera possível espalhando o caos nas noites do subúrbio!!!!
Espaço livre.
Gostaria de agradecer a você, Natal, pelo respeito e carinho não só com banda, mas a cada um de nós da The Insült.
Agradecer a todos os nossos amigos que tem nos acompanhado nos nossos momentos alegres e difíceis, e em especial ao meu marido Rönäldö pela cumplicidade, dedicação, amor e carinho.
Não poderia deixar de agradecer a você pelo espaço e sensibilidade, o que tornou possível poder falar um pouco mais a respeito da presença feminina na cena punk e poder deixar expresso aqui que nós, garotas punks, ao contrário do que muitos possam pensar, somos parte forte deste movimento que cresce a cada dia, temos nossas opiniões e apesar de a maioria não ser provida de força física propriamente dita, nossa capacidade intelectual e motivacional não nos difere em nada de qualquer pessoa que faça parte do meio punk. Estamos espalhadas por aí produzindo, tocando, nos informando, vivenciando o punk da forma mais sincera que possa ter. Espero sinceramente, que as coisas comecem a tomar um novo rumo no que diz respeito à forma de tratamento entre homens e mulheres não só no meio punk, mas no mundo em geral.
Garota Punk, orgulho em ser punk!! Up the Fucking Punx!!!!
DOWNLOAD
http://www.4shared.com/file/129609029/f498804c/The_Insult_-_Punx_On_The_Street.html
Zine "Mente Engatilhada #01
http://www.easy-share.com/1903631450/ZineMente Engatilhada.pdf
http://www.easy-share.com/1905556562/MenteEngatilhada#2.pdf
Zine "Mente Engatilhada #03
http://www.easy-share.com/1908120044/MenteEngatilhada#3.pdf
The Insult – Punk Girl
The Insult –
The Insült - Punx at Night - (Live in Tororó Jungle, Brasília - 07/09/2009)
DZK e The Insült - (Live in Tororó Jungle, Brasília) - 07/09/2009
http://www.myspace.com/theinsultrawpunx
Um comentário:
Muito boa essa banda, já tinha baixado essa demo antes*-*
Parabéns xD
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