sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Body Count - Discografia - Download


Desde seu 1º disco (Rhyme Pays, 1987), Ice-T já demonstrava um grande interesse em sonoridades pesadas e agressivas, mas ninguém imaginava que o seu apreço pelo `rock pesado` era tão grande a ponto de ele montar uma banda do estilo!
Meio na surdina, Ice-T montou uma banda HC/Metal com alguns amigos de longa data que ele conheceu nos seus tempos de estudante na Creenshaw High School, em South Central, Los Angeles.
O guitarrista Ernie-C já havia gravado com Ice-T as guitarras da música `The girl tried to kill me` do disco de Ice-T lançado em 1989 (The Iceberg), mas os outros (ótimos) músicos do Body Count eram novatos, o batera Beatmaster V (Victor Ray Wilson ), o baixista Mooseman (Lloyd Roberts), e o guitarrista D-Roc (Dennis Miles), além dos músicos também `faziam parte` do Body Count os seguranças Sean `E` Sean e Sean `E` Mac.
O nome da banda foi escolhido por Ice-T, que disse em entrevistas que sempre ficava puto da vida quando assistia aos noticiários noturnos de Los Angeles e os repórteres falavam das mortes relacionadas à gangues rapidamente e já passavam para o noticiário esportivo, o que levava Ice-T a pensar `É só isso que eu sou? Uma notícia, uma estatística?`
Body Count significa contagem de corpos e é um termo militar usado para se contabilizar as baixas de uma guerra.
No 1º disco do Body Count há uma vinheta que fala sobre isso.
A recém-formada banda gravou uma demo (Quem tem? Até pago por uma gravação dela, tenho praticamente tudo que o BC lançou e nunca escutei essa demo, nem conheço alguém que já a tenha escutado), que garantiu a eles um contrato com a Sire Records.
Para divulgar a banda Ice-T colocou uma música dela (Body Count) em seu disco `O.G Original Gangster`, lançado em 1991, a faixa foi um dos destaques do disco e gerou uma enorme expectativa pelo 1º disco do Body Count.

Na tour de `Original Gangster` Ice-T fez parte do famoso festival indie Lollapalooza, e levou o Body Count para a estrada com ele.
A medida que a tour ia avançando a divulgação `boca a boca` entre os fãs ia crescendo, e mesmo sem ter um disco lançado o Body Count já estava sendo uma das atrações mais esperadas do Lollapalooza.
Como não poderia deixar de ser, todo mundo imaginava que Ice-T iria cantar rap na banda, mas não, o mano `encarnou` um punk e mandou um ótimo vocal punk/hc/crossover nas músicas do Body Count!
O som ia na mesma linha, mas com ótimos `toques` rap e uma excelente execução instrumental, beirando a virtuose, especialmente por parte do guitarrista Ernie-C, fanático por Black Sabbath e Jimi Hendrix.
Todas as músicas foram feitas em sistema de colaboração direta entre a banda e Ice - T, que dava sugestões no instrumental e escreveu todas as letras do 1º disco.
Letras essas que abrangiam vários tópicos relacionados ao Gangsta Rap, pobreza, vida no gueto, baixarias (e proezas!) sexuais, racismo, dependência química, crime e.......... brutalidade policial.
`Cop Killer`, tradução direta: `matador de tiras`, foi essa música que causou toda a celeuma na época do lançamento do disco.
As reações a `Cop Killer` já haviam começado na época da tour Lollapalooza, inclusive com `opressões` da polícia para cima da banda em algumas cidades.
A letra de `Cop Killer` realmente incomodou a América branca e corporativa, que passou a protestar através da imprensa e ameaçar um boicote aos artistas da Sire Records, que é uma divisão da mega corporação Warner Bros.

O episódio foi parar na imprensa mainstream e uma acirrada discussão entre políticos, ativistas, artistas e cidadãos contra e a favor da liberdade de expressão (1º emenda da constituição estadunidense) teve início.
Obviamente as vendas do disco subiram às alturas com essa polêmica.
Por incrível que pareça a Sire Records queria comprar a briga, mas Ice-T em pessoa decidiu retirar a música da segunda prensagem do disco, segundo ele para provar que o BC não precisava de polêmica para vender discos.
No lugar de `Cop Killer` a segunda prensagem de `Cop Killer` trouxe a faixa `Freedom of Speech`, com a participação do primeiro e único Jello Biafra, que já havia sido lançada no 3º disco de Ice-T `The Iceberg`, mas a versão de `Freedom of Speech` presente na segunda prensagem do disco do BC era diferente da primeira versão da música, em vez do sampler de `Black Sabbath`, a própria, a nova versão tinha um sampler de `Foxy Lady`, de Jimi Hendrix.
Toda essa confusão em torno do disco acabou fazendo com que a primeira versão de `Body Count` se tornasse uma raridade, objeto de desejo entre fãs do mundo inteiro.
Essa primeira prensagem é raríssima, quem tem não vende, não empresta, não tem negócio!
Tenho uma fita K7 original desse prensagem que eu comprei quando morei no Arizona, até a mina do sebo em que eu comprava fitas ficou de cara e me perguntou `essa fita estava aí?!!?`
Na capa da prensagem original os dizeres `Cop Killer` estão no peito daquele `figura` na capa, da segunda prensagem em diante o que está escrito é `Body Count`.
Quando `Body Count` foi lançado no Brasil ele saiu sem `Cop Killer`, como sempre fui viciado em revistas sobre música sabia de toda a treta em relação à essa música e morria de vontade de escuta-la.
Lembrem-se que essa época era o início dos anos 90, as informações sobre bandas eram muito difíceis de serem conseguidas, sons mais ainda!


Nessa época fui demitido de um prédio em que eu trabalhava como porteiro, e o seguro desemprego demorou um tempão para sair, mas quando saiu saíram as 4 parcelas juntas, imagina minha alegria!
Era enrolado com uma mina bem louca nessa época, então só liguei ela e passamos uns 3 dias chapando Goiânia afora, as únicas coisas que eu comprei com esse dinheiro foram um disco do Blind Faith, um do Jackson do Pandeiro, e o 1º do Body Count, o resto da grana foi pro pau, vida loka!
É claro que todo mundo que fazia parte do underground na época ficou doido para ouvir `Cop Killer`, mas , como já disse, estávamos em 1992, ou seja, era uma verdadeira odisséia conseguir `Cop Killer`.
Mas nós aqui em Goiânia conseguimos!
Um amigo nosso morava na Holanda e lá ele conseguiu um CD (provavelmente da primeira edição estadunidense) que tinha a bendita música.
Ele veio passar um tempo em Goiânia e comentou sobre a música com um camarada meu chamado Euler, que gravou a música e apareceu com ela em minha casa, gravei a música em alguns cassetes que foram passando de mão em mão da maloqueiragem Punk/HC/Metal e Rap da época!
Lembro que o Body Count era presença constante no saudoso Fúria Metal (com os clips `There Goes The Neighbourhood` e `The Winner Loses`), e como eu e meus amigos estávamos sempre atrás de novidades nós fazíamos umas `gambiarras` muito loucas para passar o som das VHS com gravações do Fúria para cassetes!
E quase todo sábado juntava uma galera na casa de alguém para chapar o coco (de pinga mesmo!) e escutar os lançamentos, e também os discos que nós já tinha-mos até decorado de tanto ouvir!
Em meio a tanta controvérsia o BC se tornou um nome forte na época, fazendo várias tours na Europa e na América do Norte.
Após essas tours a banda deu um tempo para Ice-T trabalhar em seu próximo disco solo `Home Invasion`.
Só se ouviu falar novamente do Body Count em 94, quando Ice-T comentou em entrevistas que o Body Count estava gravando um disco novo.
`Born Dead` foi lançado em 1.994, e nem de longe repetiu o sucesso do 1º disco, foi recebido friamente pelos fãs e pela crítica especializada.
Realmente, embora tenha algumas músicas muito boas, `Born Dead` é o mais fraco dos 4 discos do Body Count.
Na tour do disco o BC veio ao Brasil, fazendo shows disputadíssimos em SP/SP e no Rio, que graças à `maldição da quebradeira`, que foi quebrada recentemente(!!!!), não pude ir.
Como o disco não foi muito bem recebido a tour não foi muito extensa, e o Body Count teve a primeira baixa de sua formação original, o baixista Mooseman, que decepcionado com a fraca repercussão de `Born Dead` saiu da banda, sendo substituído por Griz.
Ice-T foi cuidar de seus projetos cinematográficos e televisivos, e também trabalhar em mais um disco solo `VI – Return of the Real`.
Ernie-C investiu em sua carreira de produtor musical e nessa época gravou um solo na música `Somebody Told Me You´re Dead`, do disco `Coma Rage` do Viper.
Foi um longo período sem notícias do Body Count, até que eu vi em uma Metal Maniacs o anúncio do lançamento de `Violent Demise: The Last Days`, e pirei!
Encomendei o disco (quem se lembra da época em que se encomendava discos importados?) pela `fortuna` de R$ 23,00, e foi uma alegria só quando ele chegou, eu e meus trutas escutávamos o disco o dia inteiro, especialmente a música `My Way`, um puta rap que o Ice-T canta junto com o Raw Bread!


Mas em meio a tanta alegria uma notícia triste, lendo uma entrevista do Ice-T em uma Dynamite (essa revista começou foda, depois virou uma palhaçada, ao menos para mim) fiquei sabendo que o grande batera Beatmaster V havia morrido de leucemia um pouco após as gravações de `Violent Demise`, fiquei triste....
Infelizmente essa seria apenas a primeira de uma macabra seqüência de mortes de integrantes do BC.
Apesar de, na minha opinião, ser bem melhor que `Born Dead`, `Violent Demise` teve uma repercussão ainda menor que a do disco anterior.
Alguns poucos shows foram feitos para divulgar o disco, com O.T na batera, e após isso cada membro do Body Count foi cuidar de projetos pessoais.
Ice-T, como de costume, foi fazer mais um disco solo e cuidar de sua carreira de ator.
Ernie-C se mudou para Londres, onde se firmou como produtor musical, chegando a produzir o disco `Forbbiden`, do Black Sabbath!
Aliás a admiração entre o Body Count e o Black Sabbath é mútua, vide declarações de Ice-T e Tony Iommi, um joga confete no outro!
Como estava produzindo o álbum, Ernie-C deu um jeito de colocar Ice-T no disco, que enfiou um rap na música `The Illusion Of Power`, que até hoje assombra os heavies mais `xiiitas`.
O Black Sabbath é disparado minha banda preferida, mas não tem como negar que `Forbidden` é um disco pavoroso, acho que a única coisa que se salva nele é justamente a `Illusion of Power`.

Depois dessa época só se ouviu falar novamente no Body Count quando foi noticiado pela mídia especializada que Mooseman , baixista original da banda, havia morrido em conseqüência de uma bala perdida em um tiroteio em South Central, Los Angeles.
Na época ele estava tocando na banda de Iggy Pop.
Apesar de não estar mais no BC, Mooseman continuou muito próximo dos outros integrantes, e sua morte deixou todos devastados.
Em 2004, Ice-T e Ernie-C soltaram uma nota à imprensa dizendo que apesar de tudo iriam continuar com o Body Count, e que estavam trabalhando com Bem Moody (na época, ainda no Evanescence) em uma música que faria parte da trilha sonora de `Resident Evil`.
Infelizmente a música acabou não sendo incluída na trilha do filme.
Um pouco após isso o Body Count anunciou que finalmente estava gravando um novo disco.
Quase na data do disco ser lançado, mais uma notícia trágica, D-Roc morreu de linfoma.
Na época o guitarrista estava com um projeto chamado Pitch Black, que ele definia como `Ghetto Metal`.


Apesar disso o disco `Murder for Hire` foi lançado em 2005 pela Escapi Records e teve um sucesso mediano.
Musicalmente, esse é o disco do Body Count que mais se aproxima do antológico 1º disco, cheio de faixas `porrada`!
O BC fez uma tour para promover o disco e no momento não há nenhuma notícia sobre a banda.
A formação atual do Body Count é Ice-T, Ernie-C, Bentrix Willians (guitarra), Vincent Price (baixo) e O.T. (batera).
O Body Count é uma das minhas bandas preferidas, sou doente pelo som dos caras, baixe a discografia e viaje pelas quebradas de Los Angeles sem precisar sair de casa!
Body Count Motherfucker!!!!!!!!!!!!!!!!


BODY COUNT (1992)

1.Smoked Pork
2. Body Count's in the House
3. Now Sports
4. Body Count
5. Statistic
6. Bowels of the Devil
7. Real Problem
8. KKK Bitch
9. C Note
10. Voodoo
11. Winner Loses
12. There Goes the Neighborhood
13. Oprah
14. Evil Dick
15. Body Count Anthem
16. Momma's Gotta Die Tonight
BoNuS TrAcKs:
17. Ice-T/Freedom of Speech - Jello Biafra, Body Count
18. Out in the Parking Lot
19. Cop Killer
DOWNLOAD
BORN DEAD (1994)
1.Body M/F Count
2. Masters Of Revenge
3. Killing Floor
4. Necessary Evil
5. Drive By
6. Last Breath
7. Hey Joe
8. Shallow Graves
9. Surviving The Game
10. Who Are You?
11. Street Lobotomy
12. Born Dead
DOWNLOAD

VIOLENT DEMISE:THE LAST DAYS (1997)


1.Interview

2. My Way

3. Strippers Intro

4. Strippers

5. Truth Or Death

6. Violent Demise

7. Bring It To Pain

8. Music Business

9. I Used To Love Her

10. Root Of All Evil

11. Dead Man Walking

12. Interview End

13. You're Fuckin' With BC

14. Ernie's Intro

15. Dr. K

16. Last Days

DOWNLOAD

http://www.megaupload.com/?d=KHAB4SNL

MURDER FOR HIRE (2006)


1.Invincible Gangsta

2. The End Game

3. You Don't Know Me - Pain

4. The Passion Of Christ

5. In My Head

6. D Rocs - RIP

7. Murder 4 Hire

8. Down In the Bayou

9. Dirty Bombs

10. Lies

11. Relationships

12. Mr. C's Theme

DOWNLOAD

http://www.megaupload.com/?d=H85CQTBR

Links originalmente postados no ótimo blog Lágrima Psicodélica http://lagrimapsicodelica.blogspot.com

Tem muita, mas muita coisa mesmo lá, façam uma visita!

BODY COUNT – BODY COUNT´S IN THE HOUSE

BODY COUNT – THERE GOES THE NEIGHBOURHOOD

BODY COUNT – BODY COUNT ANTHEM – NY/NY AGOSTO 1991

BODY COUNT – COP KILLER NY/NY AGOSTO 1991

BODY COUNT - THE WINNER LOSES

BODY COUNT - KILLING FLOOR/BOWELS OF THE DEVIL

BODY COUNT - KKK BITCH

BODY COUNT - BODY COUNT

BODY COUNT - BORN DEAD

BODY COUNT - NECESSARY EVIL

BODY COUNT - VIOLENT DEMISE

BODY COUNT - I USED TO LOVE HER

BODY COUNT - HEY JOE

BODY COUNT - RELATIONSHIPS

BODY COUNT - LIVE IN BELGIUM - 2006

http://www.myspace.com/bodycount









































































2 comentários:

Unknown disse...

É boa demais essa banda. Body Count ruleia demais !!

AlfredoLora disse...

Muito obrigado. Saludacoes dessde México.