Nascido no Brooklyn, em Nova York , Estados Unidos, no dia 24 de maio de
1925, Infantino foi o criador de personagens como Barry Allen, o Flash (uma
parceria com o escritor John Broome); grande parte da galeria de vilões do
velocista escarlate (Capitão Frio, Mestre dos Espelhos, Gorila Grodd e Capitão
Bumerangue); Barbara Gordon, a Batgirl (com Gardner Fox); o Desafiador (com
Arnold Drake); Christopher Chance, o Alvo Humano (junto com Len Wein); e
Canário Negro (com Robert Kanigher). Além disso, redefiniu o visual do Batman
em 1964 e foi o editor que revolucionou a DC Comics na década de 1960.
Infantino fez o ginásio na School of Industrial Art. Nessa
época, começou a trabalhar nos estúdios de Harry "A" Chesler, com o
salário de um dólar por dia, durante o verão.
Seu primeiro trabalho profissional foi realizado em parceria
com o amigo Frank Giacoia. Infantino fez a arte-final sobre o desenho de
Giacoia em uma história de Jack Frost, publicada pela Timely Comics
Ironicamente, ao longo dos anos os dois amigos inverteram
suas especialidades. Infantino tornou-se um grande desenhista e Giacoia um
renomado arte-finalista.
O editor Joe Simon ofereceu aos dois garotos um trabalho
interno na editora. Giacoia aceitou, mas Infantino foi impedido por seu pai,
Pasquale "Patrick" Infantino, que apesar das dificuldades financeiras
fez questão que o filho terminasse os estudos.
Infantino trabalhou para diversas editoras, entre 1940 e
1950. Desenhou Airboy e Heap para a Hillman Periodicals; trabalhou para Jack
Binder, que tinha um estúdio que oferecia histórias prontas para a editora
Fawcett Comics; e ilustrou títulos da Holyoke Publishing.
Sua primeira história para a DC Comics foi publicada em Flash Comics # 86, em
agosto de 1947. Era uma HQ de seis páginas, estrelada por Johnny Thunder, com
enredo de Robert Kanigher, na qual surgiu a heroína Canário Negro.
No final da década de 1940, ele desenhou HQs para as revistas
All-Flash, Justice Society of America e Green Lantern.
O artista voltaria a trabalhar para Joe Simon, na Prize
Comics - empresa de Simon e Jack Kirby -, na década de 1950, desenhando
histórias de Charlie Chan.
Nesse período, os super-heróis estavam em declínio e
Infantino desenhou histórias de faroeste, suspense e ficção científica. Em
1956, Julius Schwartz, na época o editor-chefe da DC, pediu que Kanigher e
Infantino criassem uma nova versão do Flash, numa tentativa de motivar as
vendas dos super-heróis. O resultado foi o surgimento de Barry Allen, em
Showcase # 4, de outubro de 1956.
Essa HQ marca o início da chamada Era de Prata e o início do
retorno dos super-heróis. Em setembro de 1961, ele desenharia outro marco -
também com o Flash -, em O
Flash de Dois Mundos, publicado em Flash # 123. Essa aventura
introduz a Terra-2 e o conceito do Multiverso DC.
Em 1964, John Broome e Infantino - a pedido do editor
Schwartz - modificam a revista do Batman, eliminando os aspectos mais bobos e
infantis e criando um visual moderno para o cavaleiro das Trevas.
No início de 1967, Irwin Donenfeld, filho de um dos
fundadores da DC, Harry Donenfeld - na época vice-presidente executivo da
editora -, pediu que Infantino criasse capas para toda a linha de quadrinhos da
empresa. Sabendo disso, Stan Lee tentou "surrupiar" o artista para a
Marvel Comics, oferecendo-lhe 22 mil dólares.
Infantino acabou ficando na DC (na verdade, National
Periodical Publications), com alguma relutância, pois embora Jack Liebowitz, o
publisher daquele período, não pudesse cobrir a oferta, ele ofereceu o cargo de
diretor de arte. No mesmo ano, a National Periodical Publications foi comprada
pelo grupo Kinney National Company, que posteriormente comprou a Warner Bros.-
Seven Arts e mudou o nome para Warner Communications.
Com o novo proprietário veio uma nova promoção e Infantino
tornou-se diretor editorial, no lugar de Donenfeld. Começa, então, uma fase
revolucionária para a editora. Infantino contratou novos talentos, como Dick
Giordano (que estava na Charlton Comics), Neal Adams e Denny O'Neil;
transformou Joe Orlando, Joe Kubert e Mike Sekowsky em editores; e passou a
renovar os principais heróis, incluindo Mulher-Maravilha, Batman (mais uma
vez), Lanterna Verde, Arqueiro Verde e Superman.
Num curto período de tempo, a DC sofreu mudanças enormes,
tanto do ponto de vista dos funcionários e artistas que trabalhavam para a
empresa, como em sua linha de títulos e seus novos personagens. Também
surgiram, nessa época, Bat Lash, Anthro, Monstro do Pântano, Vingador Fantasma,
Warlord, Prez e o Rastejador. Tarzan ganhou uma nova revista e o Capitão Marvel
(Shazam) foi ressuscitado.
Em 1971, Infantino foi promovido novamente, tornando-se
publisher da DC. Um de seus grandes feitos foi a contratação de Jack Kirby. Ele
começou em
Superman's Pal Jimmy Olsen e criou a Saga do Quarto Mundo,
que se multiplicou pelos títulos New Gods, Mister Miracle e The Forever People
e introduziu Darkseid e Apokolips.
Sob o comando editorial de Infantino, Kirby também teve
liberdade para criar OMAC, Kamandi, O Demônio e uma nova versão de Sandman,
desenvolvida com seu antigo parceiro, Joe Simon.
Mas as vendas sofriam e Infantino foi obrigado a aumentar o
preço das revistas de 15 para 25 centavos de dólar. Para amenizar o impacto, os
títulos ganharam mais páginas. A Marvel Comics, seguiu a competição e subiu o
preço de capa de suas revistas, mas para 20 centavos.
Foi nesse período que surgiu o crossover entre editoras, na
revista Superman vs. the Amazing Spider-Man, de 1976, que trazia o encontro
inédito entre o Homem de Aço e o Aracnídeo.
Apesar de todas as mudanças, a DC Comics ainda estava
sofrendo com baixas vendas e com a forte competição com a Marvel, que, por
volta de 1974, tornar-se-ia a líder do mercado. Carmine Infantino foi demitido
da editora, em janeiro de 1976.
Ele ficou alguns anos no limbo, procurando, sem sucesso, uma
posição executiva ou editorial em alguma publicadora. Acabou voltando para o
desenho, trabalhando para a Warren Comics e depois para a Marvel.
Sua carreira na "Casa das Ideias" também teve bons
momentos, nos títulos Star Wars (um dos campeões de vendas do período), Spider
Woman e Nova.
Em 1981, voltou a colaborar com a DC Comics, mas à
distância, como freelancer, em
Dial H for Hero, The Flash e Red Tornado.
Na década de 1990, assumiu as tiras do Batman, nos jornais,
até o seu cancelamento. Ele deu aula de desenho na School of Visual Arts, em Nova York. O artista
sofria com problemas na coluna e se aposentou nesse período. Apesar disso, era
presença constante em diversas convenções de quadrinhos.
Em 2004, ele processou a DC, sem sucesso, pelos direitos de
diversos personagens criados por ele, como Iris West, Wally West, Ralph Dinby,
Sue Dinby, Abra Kadabra, Capitão Frio, Capitão Bumerangue, Mestre dos Espelhos,
Gorila Grodd, Solovar e a Cidade Gorila, Professor Zoom e o Trapaceiro.
Ele foi premiado
diversas vezes, começando em 1958, quando recebeu o prêmio da National
Cartoonists Society de melhor revista em quadrinhos. Ganhou
o Alley Award, um dos primeiros prêmios criados por fãs nos Estados Unidos, 12
vezes, entre 1961 e 1969; e foi homenageado pela DC no cinquentenário da
editora.
No blog The
Source, Diane Nelson, Dan DiDio e Jim Lee, todos da DC Comics,
manifestaram-se oficialmente com mensagens de pesar. O mesmo fizeram outros
artistas, como George Pérez, Mark Waid, Francesco Francavilla, Tom Brevoort,
Mark Evanier e Brian Michael Bendis.
Por Sérgio Codespoti
Fonte: Universo HQ http://www.universohq.com.br
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