sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Overdose - Circus of Death (1992), Progress of Decadence (1994), Scars (1996) - Download


3 dos meus discos preferidos!

Não sou muito fã dos primeiros trabalhos do Overdose, embora seja inegável o alto nível técnico/musical deles, os acho muito `afetados`, um tipo de metal que eu não gosto.

Durante muito tempo tudo o que eu tinha de Overdose em casa se resumia ao lendário split LP `Bestial Devastation/Século XX`, mas ao contrário de alguns fãs radicais do Sepultura eu não risquei o lado do Overdose, me limitava a não ouvi-lo.

Essa minha `birra` com o Overdose só começou a passar com o lançamento do disco `Addicted to Realitity` (1990 ), que era consideravelmente mais pesado que os trabalhos anteriores e trouxe alguns elementos thrash em sua sonoridade.

Algum tempo depois li alguns reviews e entrevistas do Overdose em revistas da época sobre o disco `Circus of Death`, fiquei bastante interessado nesse trabalho e corri atrás, gravei o disco nem me lembro mais de quem e viajei no som!

Um puta disco de thrash, pesado, agressivo, e muito, muito bem tocado.


Até as letras acompanharam o clima do som, passando a tratar de temas mais realistas, abandonando de vez as `viagens` dos primeiros discos.

Infelizmente o direcionamento mais agressivo adotado pelo Overdose a partir desse disco causou a saída do veterano baixista Fernando Pazzini, que preferia sons mais `amenos`, e deixou a banda após a tour de divulgação do `Circus`.

Em seu lugar entrou Eddie Weber, um paulista que sempre ia aos shows do Overdose e era um velho conhecido da banda.

Minha `doença` com o Overdose começou aí!

Passei a `devorar` tudo que encontrava sobre a banda, e fiquei sabendo que o `Circus` havia sido licenciado/distribuído no exterior e estava sendo muito bem recebido.

Inclusive nessa época Cláudio David (guitarrista/membro fundador carteirinha 00!) viajou para Los Angeles, na cara e na coragem, para fazer contatos com gravadoras e empresários, auxiliado pelo pessoal do Testament e do Faith No More, que ele conhecia por ter aberto shows deles no Brasil.

Essa viagem rendeu vários contatos, mas nenhuma proposta concreta.


De volta ao Brasil, Claudio e o resto da banda começaram a trabalhar no que viria a ser o divisor de águas na carreira da banda, o disco `Progress of Decadence`.

Livres de um contrato limitador com a Cogumelo Discos, os caras colocaram grana do próprio bolso na produção e deram tudo de si, alcançando um resultado de altíssimo nível.

Mais uma vez o Overdose trabalhou com o lendário produtor Gauguin (mestre!) nesse álbum, sou fã das produções dele, pense em qualquer banda antiga da Cogumelo.....em 90% dos casos a produção foi dele!

A parceria Gauguin/Overdose funcionou muito bem, a prova incontestável disso é o fato de que apesar de não ter sido gravado em um ótimo estúdio o disco tem um som foda, o timbre das guitarras desse disco é uma das coisas mais pesadas que eu já ouvi em minha vida, e a bateria? Limpinha, dá para se escutar todos os detalhes, inclusive nas partes com percussão.

Uma produção soberba e uma mixagem acima da média, um trabalho de mestre!

Adoro esse disco, o Overdose fez um thrash ultra trampado, grooveado e agressivo ao extremo, misturado com percussões cabulosas e uma sonoridade autenticamente brasileira.

Quem já leu meus posts sobre alguns discos do Sepultura aqui sabe sobre a `paixão` que eu tenho por percussão, mas no caso desse disco do Overdose a parada não foi nem paixão, foi um orgasmo!

Na minha opinião, a percussão desse disco é a mais perfeita fusão de metal com ritmos brasileiros que eu já vi, barra qualquer coisa que o Sepultura tenha feito, os caras usaram até cuíca!






Um aparte aqui: Na época em que `Progress of Decadence` foi lançado o `Chaos A.D` estava no auge, e uma parte do público e da crítica `sentou o pau` sem dó no Overdose, os acusando de estarem `copiando` o Sepultura.

Nem tanto ao céu nem tanto à terra, nessa época milhares de bandas nacionais que sonhavam com o mercado externo viram na incorporação de elementos brasileiros ao som pesado a chave que abriria as portas do tão sonhado mercado internacional.

O que resultou em uma pavorosa onda de imitadores medíocres colocando `batucadas nada a ver` em seus trabalhos.

Não sei até que ponto isso pesou na hora do Overdose começar a compor para o `Progress`, mas caso isso tenha pesado na decisão deles de colocar elementos brasileiros em sua sonoridade, eles fizeram isso com uma categoria ímpar, pois alguns `pequenos` detalhes os separavam da legião de imitadores: experiência, uma musicalidade absurda, e uma técnica instrumental inacreditável.

Só para vocês verem o tanto que esse assunto é complicado: a música `Zombie Factory` do `Circus of Death` já tinha os tais elementos percussivos, que nasceram de brincadeiras do Bozó e do André Márcio (batera) nos ensaios da banda.

A música foi apresentada com percussão na tour do `Circus`, e inclusive uma música nova chamada `Psycopath` , que viria a ser gravada como `Street Law` no `Progress` também foi tocada nessa tour.




O mesmo esmero que a banda teve na gravação do disco foi ampliado à outras áreas da carreira da banda, toda uma estética `3º mundo/macumba pra turista`, que a gringaiada sempre adora, foi adotada para o material de divulgação do `Progress of Decadence`.

Cláudio e Sérgio foram novamente aos E.U.A, com vários CD´s de `Progress`, e dessa vez a viagem foi bem mais produtiva, várias gravadoras se interessaram pelo material, inclusive a mega major Sony, que antes de assinar um contrato queria ver a banda ao vivo em território estadunidense.

O que era totalmente inviável para Cláudio e Sérgio, que teriam pouquíssimo tempo para organizar a ida do restante da banda aos E.U.A para a `audição`, sem falar no fator $$$$, e tudo isso sob o risco de ouvirem um não como resposta.

Pesando os prós e os contras os dois decidiram assinar com a gravadora Futurist/Fierce Records, que lançou o disco nos E.U.A, Europa e Canadá em 1994, e trabalhou bastante em sua divulgação, no Brasil o disco foi licenciado para a Cogumelo.

`Progress` foi muito bem aceito nos E.U.A, e surpreendentemente algumas de suas faixas começaram a serem tocadas nas famosas `college radios`.

A parada estava virando!

Rapidamente a Futurist organizou uma tour do Overdose pelos E.U.A, junto com o Spud Monsters e o Skrew.

A tour foi um sucesso, o disco continuava vendendo bem, e as músicas continuavam a serem tocadas nas `college radios`, inclusive chegando ao `top tem` e permanecendo nele por meses a fio!

Outra tour norte-americana, dessa vez abrindo para o Mercyful Fate, aumentou ainda mais a moral do Overdose.

A tour do disco `Progress of Decadence` teve seu auge em 1995, com uma histórica apresentação no lendário Dynamo Open Air Festival (Holanda), na qual o Overdose foi ovacionado pelo público, com direito a `crowd surfing` e tudo.

Após o show, no backstage, Dave Lombardo em pessoa os convidou para ser a banda de abertura de uma tour européia do Grip Inc!




O mundo parecia estar nas mãos de nosso amigos mineiros!

Após um rápido descanso no Brasil, o Overdose começou a trabalhar no disco que eles, e todo mundo, achavam que seria o trabalho que consolidaria de vez o nome da banda no mercado externo.

Nessa época eu era viciado em uma revista norte-americana chamada `Metal Maniacs`, que eu conheci quando morei nos E.U.A, e a comprava religiosamente, todo mês.

Qual não foi minha surpresa ao comprar uma edição com o Machine Head na capa e ao abri-la dar de cara com uma matéria enorme sobre o novo disco do Overdose, é muita moral!

Infelizmente a Metal Maniacs encerrou suas atividades recentemente, agora ela é apenas um site, uma clara demonstração de que depois das gravadoras, agora serão as editoras que irão pro pau....

Voltando ao Overdose, `Scars` foi lançado em 1996 e teve uma ótima recepção, foi quase uma unanimidade de público e crítica.

`Scars` era ainda mais pesado, técnico, e agressivo que seu antecessor.

Quero destacar as letras de `Scars` que parecem um verdadeiro `tratado` sobre os males sociais pelos quais o planeta passava em 95/96, críticas à religião organizada, sistema educacional, capitalismo, multinacionais, sobrou para todo mundo!

A postura `militante` já começava da capa, que é uma foto de uma verdadeira batalha entre membros do MST e a PM de algum lugar do Brasil.

Me lembro que tive que encomendar (!!!!) uma cópia importada do `Scars` porque ele estava demorando demais para ser lançado no Brasil!




Banda e gravadora fizeram sua parte, nada parecia deter a ascensão do Overdose à liga das `bandas grandes`, muitos reviews positivos e ofertas de tours nos quatro cantos do mundo.

Mas aí tudo desandou, por motivos que não irei comentar aqui, até por conhecer alguns membros da banda, uma enorme crise interna aconteceu no Overdose, essa crise tomou proporções tão graves que causou a rescisão do contrato com a Futurist e o fim do Overdose.

Isso pegou todo mundo de surpresa, público, crítica, e até alguns membros da banda, um episódio realmente lamentável.....

Após o fim do Overdose, Cláudio David montou o Eletrika, que mistura industrial e metal, e está na ativa até hoje.


Só se ouviu falar em Overdose novamente em 2003/2004, quando eles passaram a fazer alguns shows, em 2008 se reuniram para um super concorrido show na Virada Cultural de São Paulo, que deu origem à atual série de shows que eles estão fazendo pelo Brasil, se eles forem em sua cidade não deixe de vê-los, te garanto que vai valer a pena!

Ontem (22/10) fez 26 anos que o Overdose subiu em um palco pela primeira vez, um salve para essa página viva do heavy metal brasileiro!

Noise from Brazil!

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http://www.megaupload.com/?d=QTJLVKX3



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OVERDOSE – VIOLENCE


Overdose - Zombie Factory


Overdose - Straight to the point


OVERDOSE - MY RAGE - L.A-USA-1996

OVERDOSE - INTRO + STREET LAW - VIRADA C- S.P - 26/04/2008

OVERDOSE - FAVELA. - VIRADA CULTURAL- S.P - 26/04/2008

OVERDOSE - HOW TO PRAY - B.H – 1996

OVERDOSE-PROGRESS OF DECADENCE-DYNAMO OPEN AIR 1995-HOLLAND

OVERDOSE-WHO'S GUILTY - L.A-USA-1996

http://www.overdosebrazil.com/

http://www.myspace.com/overdosebrazil







































Um comentário:

reeferjournal disse...

thank you for this page. I have all three of these albums on CD but was really cool to see a post about this great and overlooked band.

Cheers from India \m/