domingo, 30 de janeiro de 2011

Revista Wizard foi cancelada nos Estados Unidos

A revista Wizard - The Guide To Comics, uma das mais famosas - e polêmicas - publicações estadunidenses sobre quadrinhos foi cancelada. Praticamente todos os funcionários foram demitidos e serviços delegados a colaboradores freelancers foram interrompidos.

O título surgiu em 1991, e se dedicava aos super-heróis, animês e filmes de fantasia, ação e aventura. AWizard deu grande destaque para editoras emergentes, como a Image e a Valiant. Para os leitores norte-americanos, seu cancelamento marca o fim de uma era.

A revista foi fundada por Gareb Shamus e Stephen Shamus, com participação de Pat McCallum, que atuava como editor-chefe, mas foi demitido da companhia em 2006.

No entanto, Shamus continua em atividade como diretor-geral executivo da Wizard World, Inc., companhia que, a partir desta semana, está com ações à venda na bolsa de valores.

No auge de sua popularidade, a Wizard vendia mais do que as edições de quadrinhos que divulgava e, por essa razão, lançou "filhotes" como Toyfare, dedicada aos entusiastas de brinquedos e estatuetas; Inquest Gamer, para colecionadores de cards; Anime Insider, voltada aos mangás e animês; e Toy Wishes, uma segunda publicação especializada em brinquedos, mas para o público em geral.

Nenhuma dessas revistas continua em circulação - a Toyfare foi cancelada esta semana. A Wizardsobreviverá como uma publicação digital chamada Wizard World, num site que será lançado ainda em 2011.

Na década passada, a Wizard foi alvo de muitas críticas, por parte de autores de destaque, como Neil Gaiman, Mark Waid e Frank Miller.

Miller chegou a rasgar uma edição em público (e a jogou no lixo), durante seu discurso no Harvey Awards, de 2001. Para o autor, a Wizard era uma "vulgaridade mensal", que "diminuía e envenenava o mercado de quadrinhos".

Mesmo com o cancelamento da revista, a Wizard World anunciou que continuará promovendo oComic Con Tour, evento de convenções de quadrinhos que em 2011 passará por 12 cidades estadunidenses, incluindo Nova York, Boston, Chicago, Filadélfia, Austin e Nova Orleans.

No Brasil, a Wizard foi publicada pelas editoras Globo, Hangar 18 (apenas um número) e Panini, na qual teve sua versão mais longeva, que posteriormente trocou o nome para Wizmania, por problemas jurídicos com a escola de idiomas Wizard.

Por Sérgio Codespoti

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