quinta-feira, 26 de junho de 2008

Graboids - Entrevista






Formada na metade de 2006 por três desenhistas dementes, D’BillyHell, Dordone e Moskas, fãs de filmes de terror tipo B que juntos, resolveram usar suas míseras habilidades musicais para espalhar o sangue e o horror por todo lugar. A princípio, enfrentaram alguns problemas para manter a banda mas, no inicio de 2007, com a entrada de Monstrão na bateria, a banda finalmente começa a caminhar, tocando um Horror Rock com forte influência de Psychobilly. Ao final do mesmo ano a banda lança sua primeira demo intitulada “Graboids - O Massacre Começou”. A banda segue pelos becos do horror até o inicio de 2008, quando surge Joe, o Rabecão Mutante e seu aterrorizante Coffin Case, para assombrar as ruas de Goiânia Hell City. Contando com essa horrível aberração a banda resolve recomeçar, só que dessa vez tocando um Psychobilly Roceiro repleto de demência e sangue.

Pelo release dá para ver que vocês são fãs de filmes de terror B, então acho que eu matei a charada, vocês tiraram o nome Graboids do filme O Ataque dos vermes malditos?

Moskas: Foi desse filme mesmo que tiramos o nome da banda. Tem tudo a ver com o que propomos desde o inicio pois, assim como os Graboids do filme matam atraídos pelo som, nós somos os vermes que espalham a morte através do som. Hehe...


Vocês tiveram alguns problemas até arranjarem um baterista definitivo, como vocês acharam o Monstrão?

Coffin Joe: Achamos ele em uma casa de reabilitação para bêbados. Kkkk

D'BillyHell: No inicio da banda arrumamos um bom baterista, o “ Johnny Fire”, que hoje toca nas bandas Pseudamaz e Quinta Essência. Com ele já no terceiro ensaio o som começou a se encaixar no que queríamos. Só que o cara curtia um outro estilo de rock. Bem, passados alguns ensaios ele saiu. Falei pra ele que não tinha problema nenhum e que seria melhor ele tocar no estilo que ele gosta.
Após isso passamos um longo tempo sem batera, até que aparecer o “Mingau” (Eduardo) primo do Coffin Joe. O garoto toca bem, e com ele também estava tudo indo certo. Eu via que ele se divertia tocando. Até que um dia o Mingau recebeu uma proposta pra ir joga bola no Vietnã. kkkkkk... é lá no fim da picada.
Mais alguns ensaios sem batera até que arrumamos outro, o “Reginaldo”. Cara gente fina, só que não curtiu muito o estilo, logo no segundo ensaio ele sumiu. kkkkkk...
Aí pensei comigo, os Graboids não vão durar dessa forma. Foi então que o Moskas lançou na net que estávamos precisando de um batera...

Moskas: Pois é. Soltei esse anúncio numas comus do orkut e passado alguns meses apareceu um cara estranho dizendo que queria ser baterista da banda. Hahahhazzz...
Daí marcamos dele ir num ensaio pra ver se ele curtia e tal. Chegando lá já botamos ele pra tocar... hehe... e num é que ele deu conta do recado? Acertou em cheio na pegada. Olhamos um pra cara do outro e falamos pra ele: “Ta dentro, e não tem mais volta. Dessa banda você não sai mais!” hahahhazzzzzzz... Daí pra frente a banda realmente começou a se arrastar e finalmente fomos encontrando nosso som.


Essa é para o Monstrão, conversando com você aquele dia descobri que você já tocou em algumas bandas Thrash e até em alguns shows que eu organizei, qual é a principal diferença entre tocar um som mais porrada e tocar Psychobilly? No caso Psychobilly Roceiro!

Monstrão: Sim, sim já toquei há algum tempo. A maior diferença é o bumbo, no Thrash o pedal duplo é mais usado, e no Psychobilly são poucas bandas que usam, ai no caso do nosso Psychobilly Roceiro nós optamos por um baita de um bumbo bem simples, e também tem uma diferença na caixa que é bem constante nas musicas e a pegada é mais rápida e por isso é um pouco mais difícil do que o Thrash.


Como foi a correria para gravar a demo `Graboids – O massacre começou`?

Coffin Joe: Foi difícil, pois não tínhamos muita grana e nem muita experiência. Mas mesmo assim resolvemos que estava na hora ter algo gravado, ou melhor, algo bem gravado, já que havíamos gravado algumas músicas antes, que não ficaram boas. Então juntamos uma grana e com muito esforço gravamos nossas 4 melhores músicas da época.
Após a gravação, decidimos por não lançar a demo por nenhum selo, já que havíamos recebido uma proposta de um selo chileno especializado no estilo que tocávamos que acabou não dando certo. Então optamos por lança-la de forma totalmente independente.


Como está sendo a reação à demo até agora?

Coffin Joe: Muito boa! Pois lançamos a mesma sem nenhuma pretensão maior e logo na primeira semana um cara do Japão pediu uma cópia da demo para fazer um release no zine dele. Nesse zine ele a descreveu como uma ótima demo, bem gravada, com músicas que mesclam bem o estilo do Psychobilly com o Horror. Esse comentário acabou por nos classificar como uma banda de Psycho, o que para nós era apenas uma pretensão, já que ate então nos considerávamos uma banda de Horror Rock.

Moskas: A reação ao nosso som em geral está muito boa. E isso, ao menos para mim foi uma grande surpresa, pois não imaginava tal recepção a nossos contos de horror. Agora é que realmente estou começando a me tocar que o pessoal tá realmente curtindo nosso som...

Conversando com vocês fiquei sabendo que uma nova demo será gravada, com o rabecão!
Como está esse lance? E porque vocês decidiram usar o rabecão na banda?

Coffin Joe : Sim, estamos vendo se conseguimos lançar uma nova demo, com umas 5 ou 4 músicas, já com o rabecão. Para mostrar o som do novo Graboids, que mudou significativamente desde o lançamento de “O Massacre Começou”. Nossas músicas ficaram mais trabalhadas, estamos mais exigentes com nós mesmos.
E o Rabecão era um sonho antigo. Desde a formação da banda brincávamos que um dia nos tornaríamos uma banda de Psycho, só que nunca levamos isso muito a serio. Até que um dia eu tive um surto e comprei meu amigo Joe. Daí pra frente resolvemos recomeçar a banda.

D´BillyHell: Bem, a vontade de usar o Rabecão é antiga. No início da banda já queríamos tocar Psycho, mas como não tínhamos muitas informações, começamos como uma banda de Horror Rock e, ao mesmo tempo, fomos estudando a cena Psycho com mais intensidade, enquanto isso, íamos caminhando para o estilo, numa forma de evolução.
Com o tempo perturbamos tanto o C. Joe, que ele acabou se endividando e comprando o Rabeco. Foi uma festa quando ele chegou. Seu som nos encanta até hoje... kkkkkk
E o rabecão também é um dos símbolos do Psycho, né?

Moskas: A sonoridade do Baixão era algo que sentíamos necessidade. Nossas músicas já vinham sendo compostas pensando naquele “tec... tec...” característico... hehe...


Porque o Psychobilly? Quais são as influências de vocês, não só as musicais mas também cinema, quadrinhos, etc?

Moskas: Boa pergunta, porque o Psycho!?! Hahahahhzzzzzzzz... Não sei explicar o por que dessa escolha sonora. Psycho é algo que ou você curte muito, ou odeia muito. No nosso caso nós amamos esse estilo, tanto a sonoridade quanto o estilo de vida e o conseqüente visual. Acho que isso vem de nossa paixão por filmes de Horror tipo B, Sci-fi, Pin ups, essas coisas tão presentes no mundo do Psycho. Acabamos por nos identificar com tudo. Sei lá, pode ser por isso, ou então pode ser também que tenhamos sido abduzidos por alienígenas que implantaram microchips computadorizados em nossas mentes, nos obrigando a espalhar toda essa insanidade musical pelo cerrado... hahahhazzzzzzzz...
Nossas influências são bem variadas, ouvimos muito Psycho mesmo, Rockabilly, Hillbilly, modão de viola (dos tradicionais... que fique bem claro), causos do interior, além de assistirmos muito filme B e ler diversos quadrinhos do estilo de “Contos da Cripta”...

Coffin Joe: Nós temos uma influência bem variada, pois alguns de nós também gostam muito de Punk, HC, D-Beat...


De uns tempos para cá vocês estão investindo bastante no visual da banda nas apresentações, comentem um pouco sobre isso.

D´BillyHell: O visual durante o show, não só o nosso, mas como o de outras bandas, é quase uma marca. Uma forma de chamar a atenção e fazer o público se envolver. Como os temas das musicas são de Terror, usamos pinturas que remetem a zumbis famintos, com um pouco de sangue pra dar um toque mais agressivo. Ao subir em um palco tentamos passar de forma engraçada a imagem de mortos-vivos famintos curtindo a noite... kkkkk

Moskas: Essa questão do visual também é antiga na banda. Usamos pra reforçar o clima de horror de nossas músicas. Nossas maquiagens são caricaturas dos personagens que adotamos, assim como nossos nomes. Mas é claro, tentamos passar também uma imagem engraçada, essa idéia de que os mortos também querem se divertir, nem que para isso eles tenham que nos devorar... hahahhazzzzzzzz...


E o lance das caveiras de vacas, vai rolar mesmo?

D´BillyHell: Isso aí estamos tentando arrumar, se conseguirmos com certeza elas irão fazer parte de nossas apresentações. Queremos inovar e atrair a galera a cada show.


Vocês estão tocando bastante no circuito de shows de GYN, tanto o underground como algumas paradas mais mainstream de vez em quando, o que vocês estão achando dos shows em termos de público, aparelhagem, etc?

D´BillyHell: Em termos de público, o número de pessoas em nossas apresentações tem aumentado consideravelmente e alguns estão quase em todos os nossos shows. Sempre ouvimos o pessoal dizer que o som é legal ou mesmo que é uma merda, mas isso faz parte. Gostamos de ouvir todas as criticas e sugestões, dessa forma poderemos propor algo melhor para o público. Só temos a agradecer a todos que assistem a um show nosso.
Estamos surpresos também com a reação da galera e isso tem nos motivado a cada dia. Tanto que estamos sempre com as portas abertas para quem quiser ir aos ensaios.
Agora falando da aparelhagem, algumas são boas, outras deixam a desejar, mas para nós o mais importante é dar destaque nos vocais e no contra baixo, porque tanto guitarra como batera o pessoal de Goiânia já possui um som massa e sempre são ouvidos pela galera. Já o Rabecão, alguns falam que não escutaram e isso também serve para os vocais.
Isso o tempo resolve, mas pra gente não tem tempo ruim não, o que queremos e divertir a galera e nos divertir.


Quais são os próximo shows? Tem algum show fora de GYN marcado?

Moskas: Bem, os mais próximos são o do “Rock de São João”, que acontece dia 28 agora e o “Punkadelic 2”, dia 29 lá no Capim. Agora fora daqui temos o “T.O.M.E” lá em Palmas-TO, que rola nos dias 15 e 16 de Agosto e tem mais uns em MG e SP que ainda estamos negociando.


O que vocês estão escutando ultimamente?

D´BillyHel: Saints and Sinners, Hank 3, Billy Bastardos, Zombie Ghost Train, Nekromantix, The Matadors, Big Trep, Big Nitrons, As Diabatz, Misfits, The Adicts, The Cure, Tennesse Menace, The Folsoms, The Merry Widows, Koffin Kats, Los Duggans, Lobotomia, Lixo Atômico, Rancid, Cólera, Rot, Desastre, Sociofobia, Asas da Vingança, Mob Ape, Dejeto HC, Agrotóxico, Rasta Knast, Asta Kask, Banane Metalik, Batmolie, etc...

Moskas: Eu escuto basicamente música dos anos 50 e 60. Muito Rockabilly, Country e Psycho...

Coffin Joe: Eu só Psycho mesmo. E dentro do Psycho tô escutando mais The Meteors, The Astro Zombies, Os Catalépticos.


Três de vocês são desenhistas e alguns são tatuadores, fale um pouco sobre esse lado e aproveita e faz o seu comercial!

D´BillyHell: Bem, o Moskas e eu fizemos o mesmo curso, Design. Foi aí que nos conhecemos e vimos que curtíamos as mesmas porcarias. Todos na banda admiram desenhos, não importa o estilo e todos trabalham na área, Moska´s na área de Design e Arquitetura, Coffin Joe na de Web Designer e o Monstrão e eu na área da publicidade.
Eu sempre fui apaixonado por tattoo, sempre quis aprender, mas rolavam obstáculos. Consegui superar eles e comecei a tatuar. No inicio, contei com a ajuda do Tico (Ink Tattoo), logo algumas dicas com a Bysis Tattoo e o Murilo Freitas, esses três sempre me ajudaram e sempre abriram as portas não só pra mim como pro pessoal da banda, além de todo o apoio dos amigos. Grandes amigos como o Gabriel, André, Carol, Agnaldo, Liuz, Aurelina entre outros, que me torravam o saco pra virar tatuador.
Quando comecei alguns duvidaram, outros já se colocaram dispostos a ajudar. Nisso o Coffin Joe se apaixonou também pela arte, e o Moska´s está entrando agora, espero que continue. Já o Monstrão não tem muita habilidade no desenho, mas está sempre sendo riscado por nós e divulgando nosso trabalho.
Estamos firmes e tatuando todo fim de semana e durante a semana trabalhamos, porque ainda não temos condições de abrir nosso estúdio. Enquanto isso tatuamos em casa, com todo o cuidado e higiene.
Alguns trabalhos podem ser vistos no Orkut e no Myspace. Na parte de ilustrações temos trabalhos para as bandas “Asas da vingança”, “Mob Ape”, “Insetos Produções”, “Velha Guarda Custom”, etc...

Moskas: O que eu posso dizer... Eu vou continuar estudando e virar tatuador! Hahahahzzzzzzzz...


Indiquem alguns filmes de terror bem cabulosos!

D´BillyHell: Exorcista, Exorcista O Início, A volta dos Mortos Vivos, The Amityville Horror, Jogos Mortais, O Grito, Espíritos, todos os Sexta-feira 13.

Moskas: Pra começar “Tremors, o ataque dos vermes malditos”, “A volta dos mortos-vivos” e “O massacre da serra elétrica”. Recomendo toda a série dos três.
Agora outros legais são: A mosca, A bolha, A coisa, A geladeira assassina, A mão assassina, Bubba Ho-Tep, Creepshow, Critters, Fido, Malditas aranhas, Mestre dos brinquedos, O monstro do armário... Tem mais um monte por ai, mas tô me lembrando só desses agora. De resto vão procurar os filmes do Zé do Caixão e do Petter Baiestorf, ambos nacionais e muito bons.

Monstrão: From Beyond (Do Além) e Fright Night (A hora do Espanto) .


Espaço livre

Moskas: Pra finalizar, queria agradecer em nome da banda por essa oportunidade e pela consideração ao nos enviar essa entrevista. Valeu demais!!!

Abraços Sangrentos!!!
Graboids – Roçabilly Sangrento
Download da demo `O Massacre Começou`











Um comentário:

Anônimo disse...

Valew demais pela consideração Natal!!!

Foi divertido responder a entrevista... hehhe...

Abraços Sangrentos!!!